Em Feira de Santana, a segunda maior cidade da Bahia, foram realizadas este ano apenas três doações de órgãos. São raras as famílias que se preocupam com o assunto, como o caso de um rapaz que morreu em um acidente e teve quatro órgãos doados. O acidente foi na propriedade da família de Rogério Cruz Santos, então com 31 anos, no distrito de Maria Quitéria.
O irmão lembra com detalhes como tudo aconteceu. Segundo ele, Rogério tinha acabado de atirar com uma espingarda de dois canos no quintal de casa. Como um dos tiros não saiu, ele resolveu soprar o cano da arma quando um resto de pólvora estourou na boca de Rogério. Ele foi levado para o Hospital Geral Clériston Andrade, mas não resistiu aos ferimentos e teve morte cerebral.
“Ele foi soprar e estourou na boca dele. Só a pólvora mesmo, não tinha espoleta, não tinha chumbo, não tinha nada”, conta o irmão, o vigilante Railton Mário Cruz. Os parentes e amigos estão desolados com a tragédia, mas a parteira Maria da Cruz e o carpinteiro Hamilton dos Santos, pais de Rogério, encontraram uma forma de manter viva a lembrança do filho. Rins, coração, fígado e córneas foram doados pela família.
“Eu acho que quando a gente doa os órgãos da pessoa salvamos vidas. O maior prazer que eu tenho é saber que ele está morto, mas os órgãos dele estão vivos em alguma pessoa”, diz a mãe. Seu Hamilton diz até que queria conhecer a pessoa que hoje vive com os órgãos de seu filho.
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