quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Brasileiras têm menos filhos e engravidam mais tarde

As mulheres brasileiras têm tido menos filhos e engravidado mais tarde. Os primeiros resultados do questionário mais completo do Censo 2010 mostram que a taxa de fecundidade teve uma forte queda em dez anos e chegou a 1,86 filho por mulher, abaixo no nível de reposição da população, de 2 filhos por mulher.

Se a queda nos nascimentos e o envelhecimento da população mantiverem esse ritmo nas próximas décadas, a partir de 2030 a tendência será de estabilização e depois de diminuição de habitantes, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso porque o número de nascimentos deve igualar e, em seguida, ficar menor que o de mortes. Os números apontam uma tendência de diminuição da gravidez na adolescência e aumento entre as mulheres de mais de 30 anos.

Em comparação com o Censo 2000, os dados mostram que as brasileiras têm deixado de ser mães tão jovens como constatado na década anterior. Há dez anos, 18,8% dos nascimentos ocorriam na faixa dos 15 aos 19 anos e 29,3% entre 20 e 24 anos Essas proporções caíram para 17,7% e 27%, respectivamente.

Os nascimentos na faixa de mais de 30 anos, que eram 27,6% do total, subiram para 31,3%. “É um dado positivo que aponta a redução das mães muito jovens e a tendência de as mulheres terem filhos quando estão mais maduras não apenas financeiramente, mas emocionalmente também”, diz a presidente do IBGE, Wasmália Bivar.

A tendência de envelhecimento da população, lembra ela, “muda substancialmente as políticas públicas e vai requerer infraestrutura para pessoas idosas e oferta de mobilidade para a população que fica mais velha”. Coordenador de População e Indicadores Sociais do IBGE, o demógrafo Luiz Antônio Oliveira lembra que a tendência de queda na fecundidade se acentuou nos anos 1970 e 1980.

“Em algum momento, talvez na década de 2030, o número de nascimentos vai encostar no número de óbitos e a população vai parar de crescer”, diz. Entre 2000 e 2010, a taxa de fecundidade foi reduzida em mais de um quinto (22%), passando de 2,38 filhos por mulher para 1,86. Em 1940, a taxa era mais de três vezes maior: 6,16 filhos. O Rio de Janeiro registra a menor taxa do país, com 1,62 filho por mulher.

“Temos em 2010 algo em torno de 5 milhões de pessoas de até 9 anos de idade a menos do que em 2000. Vão começar a surgir questões como: ‘Não precisa desse número de escolas’. É porque a gente tem um estoque muito grande de crianças ainda. Mas, com essa taxa de fecundidade, vamos precisar de outros serviços, voltados para os idosos”, diz a presidente do IBGE.

Um comentário:

Anônimo disse...

Uma ótima notícia pois somente com uma baixa taxa de natalidade conseguiremos erradicar a miséria e acabar com a violência. Mas nas regiões mais pobres como na periferia de Salvador as mulheres continuam a ter muitos filhos que crescem muitas vezes marginalizados. A China com a política de filho único erradicou a miséria