quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Livro revela envolvimento de Dilma no maior assalto da ditadura


Diferentemente do que se imagina, Dilma Rousseff não participou do maior roubo praticado por organizações de esquerda para financiar a luta armada contra a ditadura no Brasil na década de 60. Sua atuação se deu na partilha e na troca dos US$ 2,5 milhões (cerca de R$ 25 milhões em valores atuais) levados do cofre da amante do ex-governador paulista Adhemar de Barros, um político populista definido como uma mistura de Paulo Maluf e Silvio Berlusconi, que recebeu de seus inimigos políticos a expressão "rouba, mas faz", da qual tinha até certo orgulho.

Todas essas revelações estão no livro O Cofre do Dr. Rui, lançado neste mês pela editora Civilização Brasileira, escrito pelo jornalista Tom Cardoso. A obra elucida como ocorreu o planejamento e o roubo do cofre. Por meio do depoimento do ex-marido de Dilma, Carlos Araújo, que era um dos chefes da organização Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), responsável pela ação, a participação da hoje presidente da República é esclarecida.

O cofre roubado era alimentado com dinheiro desviado por Adhemar de Barros, conhecido pelas grandes obras e acusações de corrupção. "Na época, não havia desvio de dinheiro como hoje para paraísos fiscais, então o dinheiro era guardado em diversos cofres espalhados pelo Brasil", afirma o autor. Após a morte do político, o cofre ficou com sua amante, a socialite viúva Ana Capriglione, a quem ele chamava de Dr. Rui, nome de seu dentista, "para não levantar suspeitas da família e dos jornalistas, apesar de todo mundo saber do que se tratava".

Ana ou Dr. Rui guardou o dinheiro em uma mansão localizada no bairro de Santa Teresa, no rio de Janeiro, onde vivia seu irmão e outra família. Na casa, morava o estudante secundarista esquerdista Gustavo Schiller que ficou sabendo sobre a existência do cofre e passou a informação para integrantes da VAR-Palmares.

"Eles (a organização) acabam conseguindo roubar esse cofre, mas descobrem que tem muito mais dinheiro do que imaginavam, cerca de US$ 2,5 milhões, que hoje equivalem a cerca de R$ 25 milhões", conta Cardoso. "Em depoimento à polícia, Ana disse que não havia nada dentro do cofre, já que o dinheiro era fruto de corrupção. Tudo mundo sabia que não, mas a versão oficial é de que estava vazio".

O valor era tão alto que os guerrilheiros tiveram dificuldade para administrar a fortuna. Cerca de US$ 1 milhão foi enviado para a Argélia, onde a organização tinha contatos, parte foi apreendida pela repressão nas invasões aos aparelhos (esconderijos), parte foi torrada por aproveitadores, parte foi enterrada e nunca encontrada em algum lugar do ABC paulista e cerca de US$ 300 mil foram trocados por Cruzeiros Novos, com participação direta de Dilma.

"No exterior, vários personagens entram na história, entre eles um francês que usaria o dinheiro para abrir uma livraria esquerdista, mas que na verdade fugiu com o dinheiro, tem o Expedito Pereira, que é um cara que se envolve com o Carlos Chacal (terrorista venezuelano), que começa a esbanjar viajando de primeira classe. Era um guerrilheiro que, na verdade, era um playboy", diz Cardoso.

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