Escutas telefônicas revelam a crueldade com que agia o grupo
criminoso intitulado de "Al-Qaeda" que foi desarticulado pela polícia
durante a Operação Esqueleto. As investigações revelam que os
assassinos, além de esquartejar as vítimas, tiravam fotos dos corpos
para provar que os homicídios aconteceram e relatavam passo a passo dos
crimes através de ligações telefônicas.
Entre os áudios, destaca-se um onde um dos integrantes da suposta
facção descreve uma vítima sendo esquartejada. "O boy arrancou o
pescoço dele aqui, homi, e os dedos. Os boy tão botando dentro de um
saco aqui. Tão deixando ele igual a uma galinha, todo cortadinho", diz
um dos suspeitos. Um outro suspeito responde: "deixa tudo picadinho aí,
esse bicho aí, e bate as foto daquele modelo".
Foram presas durante a operação 42 pessoas acusadas de integrar um
grupo criminoso responsável por homicídios e tráfico de drogas na região
metropolitana de João Pessoa. Ao todo, 50 mandados de prisão e de busca
e apreensão foram cumpridos na madrugada da última quarta-feira, sendo
17 dentro do sistema penitenciário.
A ação, coordenada pela Polícia Civil, aconteceu de forma integrada
com Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal e teve origem a partir
de investigações realizadas pelo Grupo de Operações Especiais (GOE).
Participam da operação 324 policiais, sendo 240 civis, 60 militares e 24
rodoviários federais.
De acordo com a polícia, o grupo era responsável por 60% dos
homicídios praticados em 2012 na região metropolitana de João Pessoa, na
Paraíba. Segundo o delegado coordenador da operação, Cristiano Jacques,
a organização seria responsável por comandar o tráfico de drogas no
Estado, queimar ônibus, realizar rebeliões em presídios, além de ser
mandante dos principais homicídios violentos registrados na Grande João
Pessoa.
De acordo com Cristiano Jacques, o grupo criminoso possuía vários de
seus membros encarcerados, de onde continuavam comandando suas
atividades. "Muitos homicídios que vinham sendo registrados foram
praticados por integrantes desse grupo criminoso. Esta foi uma das
maiores operações realizada pelas polícias estaduais, após a operação
Hidra, em Patos, desarticulando criminosos que vinham atuando dentro dos
presídios. Sem dúvida, essa ação vai refletir na redução dos índices
criminais", destacou.
O secretário da Segurança e da Defesa Social, Cláudio Lima, ressaltou
os avanços no combate à criminalidade no Estado, a partir de ações
integradas e de uma repressão mais qualificada. "Esse trabalho é
resultado de uma nova política de segurança pública em vigor na Paraíba.
Todas as forças de segurança estão unidas no combate à violência,
atuando de forma mais qualificada e os números confirmam que estamos no
caminho certo", afirmou.

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