Após 16 dias de greve, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou
que os funcionários dos Correios voltem ao trabalho a partir desta
sexta-feira (28), de acordo com o horário de cada funcionário. Os
ministros da Seção de Dissídios Coletivos decidiram também que os
trabalhadores deverão compensar os dias parados com trabalho extra em
até seis meses.
Se o trabalho não for retomado amanhã, será
aplicada multa de R$ 20 mil por dia. Na Bahia, os funcionáios dos
Correios decidiram entrar em greve por tempo indeterminado em assembleia na noite do último dia 24, aderindo à paralisação nacional.
Os
ministros decidiram ainda que os trabalhadores terão um aumento de 6,5%
retroativo a agosto. Os Correios tinham proposto reajuste de 5,2%, mas a
ministra Kátia Arruda, relatora do processo de dissídio ajuizado pela
empresa, aumentou o percentual, para “preservar minimamente o poder
aquisitivo dos trabalhadores”.
O presidente do TST, João Oreste
Dalazen, ressaltou que os empregados dos Correios têm um dos salários
mais baixos entre todas as empresas públicas federais. “Há uma falta de
atrativos na carreira que não podemos perpetuar”.
Os ministros
decidiram que greve não é abusiva porque foi comunicada com antecedência
pelos empregados à empresa. Também foi determinada a formação de uma
comissão com representantes da empresa e dos empregados para debater a
adaptação do plano de saúde oferecido atualmente às normas da Agência
Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Segundo os Correios, cerca
de 11,8 mil funcionários aderiram à greve até hoje (27), o que
representa 9,8% dos 120 mil funcionários da empresa. A Federação
Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e
Similares (Fentect) estima que o percentual de adesão foi entre 40% e
50%.
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