sexta-feira, 1 de julho de 2011
Vulcabras/Azaleia demite na Bahia e abre fábrica na capital indiana
A indústria de calçados na Bahia está prestes a perder boa parte do que conseguiu nos últimos dez anos. O símbolo da crise do setor é a fábrica da Vulcabras/Azaleia, localizada em Itapetinga, a 580 quilômetros de Salvador. Só nos últimos sete meses, a unidade demitiu 3 mil funcionários da região Centro-Sul do estado, segundo cálculos da prefeitura de Itapetinga.
Agora, a empresa ameaça deixar a Bahia e migrar para Nova Délhi, capital da Índia, deixando quase 18 mil pessoas sem emprego. Além da matriz, em Itapetinga, a fábrica tem filiais em outros 13 municípios baianos.
“Se as autoridades brasileiras não mudarem a política econômica, toda a indústria de calçados vai acabar migrando para outros países e não seremos exceção”, admitiu ao CORREIO o presidente da Vulcabras/Azaleia, Milton Cardoso, lembrando que várias empresas brasileiras já atuam em países da Ásia e da América Central.
A fábrica na Bahia trilha o mesmo caminho da de Parobé, no Rio Grande do Sul, onde a Vulcabras fechou uma unidade, em maio passado, anunciando que a produção passaria para a Índia. A mão de obra bem mais barata do país é o principal atrativo: o salário de um operário é cerca de US$ 85, dez vezes menos que aqui.
Cardoso e outros representantes do setor têm pressionado o ministro da Fazenda, Guido Mantega, pedindo prioridade à indústria na desoneração da folha de pagamento e rigor na fiscalização de calçados vindos da China.
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