sábado, 24 de dezembro de 2011

Corregedora Eliana Calmon diz estar 'magoada' e 'ressentida' com associações


A corregedora-nacional de Justiça, Eliana Calmon, afirmou neste sábado (24) ao G1 que está “magoada” e “ressentida” com as associações de magistrados.

Três entidades protocolaram nesta sexta-feira (23) pedido para que a Procuradoria Geral da República (PGR) investigue se houve quebra de sigilo e vazamento de dados em investigações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Eliana Calmon, que é baiana, já integrou a diretoria da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), uma das entidades que assinam o requerimento contra o CNJ. A ministra afirmou que vai deixar a “mágoa” passar para poder se manifestar publicamente sobre o assunto como corregedora.

“Estou ressentida, principalmente com a minha associação [Ajufe], da qual fiz parte da diretoria e lutei muito por ela. Quero deixar a essa mágoa passar, para poder falar como corregedora. Agora estou Eliana, não estou corregedora, e quero falar como corregedora”, disse.

Discussões “emocionais”
Eliana Calmon destacou que já enviou ao procurador-geral da República todas as informações relativa às diligências do CNJ. Segundo ela, a discussões sobre a atuação do conselho estão muito “emocionais” e se reverteram em ataques pessoais a ela.

“Como as coisas foram para um plano muito pessoal, tenho que me silenciar. Eu estava atuando no plano institucional. Mas vou deixar que as coisas se acalmem, que essa pessoalização passe”, afirmou.

Para a ministra, é preciso que as pessoas envolvidas no debate sobre a autonomia do CNJ de investigar juízes voltem a ter “sangue frio”. “Vou deixar o tempo passar para que as pessoas voltem à razão e tenham sangue frio.”

O presidente da Ajufe, Gabriel Wedy, negou que esteja agindo de forma “emocional”. “A nossa ação é objetiva. Nós estamos defendendo o sigilo de dados, não apenas dos juízes, mas de todos os cidadãos brasileiros. Estamos defendendo a garantia constitucional de sigilo, que só pode ser quebrado com autorização judicial.”

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