quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Caminhoneiro envolvido em acidente com dez mortes responderá por homicídio doloso

O motorista do caminhão envolvido em uma colisão com uma van na BR-116, que provocou a morte de dez cortadores de cana, responderá por homicídio doloso, de acordo com informações do delegado Arão Borges, titular da delegacia da cidade baiana de Irajuba, onde aconteceu o acidente na madrugada do último domingo (16). 

Em depoimento prestado na delegacia nesta quinta-feira (20), Marcelo Luiz Medeiros, de 22 anos, disse que o motorista da van estava na contramão e o forçou a fazer o mesmo, trocando os sentidos da pista durante um trecho de declive da rodovia. Instantes depois, o motorista da van voltou para o sentido correto e o caminhoneiro não conseguiu retornar para seu sentido original, batendo de frente com o veículo que transportava trabalhadores de São Paulo para Alagoas. 

A versão de Marcelo Luiz é contrária à dada pela Polícia Rodoviária Federal após perícia realizada no dia do acidente, que apontou o motorista do caminhão como responsável pelo acidente. O caminhoneiro, no entanto, não havia ficado no local da colisão e só hoje deu sua versão sobre a colisão. Ele disse que não prestou socorro às vítimas porque desmaiou e foi socorrido por um caminhoneiro que transportava frutas e o levou para um posto de saúde da cidade de Itaquara.

Caminhão estava a 70km/h
O delegado disse ainda que o tacógrafo do caminhão envolvido no acidente apresentado pelo motorista apontava que o veículo estava a cerca de 70km/h quando bateu na van. "O material será encaminhado para a perícia para confirmar se a leitura da velocidade está correta ou se houve algum tipo de adulteração", explicou Arão Borges ao Correio24horas. A velocidade informada pelo condutor está dentro da permitida na rodovia. 

Como não foi preso em flagrante, Marcelo Luiz Medeiros foi ouvido e liberado pelo delegado. Como assumiu o risco do acidente por ter dirigido na contramão, o caminhoneiro responderá por homicídio doloso, quando há a intenção de matar. Arão Borges ainda ouvirá o caminhoneiro que teria socorrido o Marcelo Luiz para dar continuidade ao inquérito policial. A esposa de Marcelo Luiz, que estava com ele no momento do acidente, também prestou depoimento e confirmou a versão do marido. 

Ainda segundo o delegado Arão Borges, o condutor do caminhão disse ter se envolvido em outros dois acidentes nos dois anos em que trabalha para a empresa para a qual dirigia, ambas no estado de Santa Catarina e sem vítimas

fatais. Para o delegado, o caminhoneiro disse que preferia ter morrido a provocar um acidente com tantas vítimas.

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