Documentos encontrados com um ajudante geral preso na noite desta 
terça-feira, em Itaquaquecetuba, em São Paulo, indicariam que a facção 
criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) estaria insatisfeita com a 
indisciplina de novos membros. Segundo o titular da 4ª Divisão de 
Investigações sobre Furtos e Roubos de Veículos e Cargas (Divecar), 
delegado Sérgio Alves, entre as cerca de 50 cartas manuscritas havia um 
"salve" (ordem) em que um "sintonia" (alto membro) ameaça a vida dos 
"padrinhos" dos novatos. "O salve diz que os novos estão comprometendo a
 eficiência dos objetivos do PCC. Eles estariam vacilando em cumprir a 
ordem de matar policiais", disse.
Cícero Júlio Machado Lopes, o Juninho, 36 anos, foi preso em 
flagrante ao apresentar a policiais uma certidão de nascimento com outro
 nome. Ele estava foragido desde a saída temporária de Dia das Mães e 
era procurado após condenação por tráfico de drogas. Juninho seria um 
"torre" (gerente do comércio de drogas). O delegado acredita que a 
partir da prisão do suspeito será possível chegar a mais membros do PCC.
 Além dos "salves", entre os documentos haveria um texto que relata o 
motivo do início da onda de violência em São Paulo.
"Eles estariam retaliando uma ação da Rota (Rondas Ostensivas 
Tobias Aguiar) que teria matado os colegas 'injustamente', especialmente
 a ação na favela da Tiquatira", declarou o policial. Nessa ação da 
Rota, no dia 29 de maio, três integrantes da tropa de elite foram presos
 após a morte de seis suspeitos de pertencerem à facção em um bar da 
favela, na região da Penha. No local estaria acontecendo uma reunião 
para traçar um plano de resgate de um preso que seria transferido. O Terra
 apurou no início deste mês que as mortes por homicídio deram um grande 
salto nas semanas após essa ação, e agora o documento mostraria que o 
acontecimento teria sido o estopim da hostilidade contra policiais 
militares. "O início de tudo seria isso mesmo", declarou o delegado.
Além dos crimes de roubo e tráfico, Juninho teria sido também 
responsável pela morte de um soldado em junho. O soldado teria se 
incomodado com o som de música funk vindo de um bar e, após ser 
descoberta sua função, executado. Juninho teria como área de atuação 
Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos, Mogi, Suzano e Poá.

 
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