Detalhes da criação de um “banco de apoio dos irmão (sic)”, com
direito a “auxílio bélico” e ajuda financeira para “necessidades
emergenciais” a ex-detentos da maior facção criminosa brasileira,
nascida nos presídios paulistas, constam de arquivos da organização
apreendidos pela Polícia Civil durante a crise de segurança em São
Paulo. Em sete páginas, o comando descreve o papel do banco e como
integrantes do grupo que estiverem nas ruas até seis meses depois de
sair de prisão poderiam obter armas e um crédito de até R$ 5 mil.
Para a polícia, o documento é uma das evidências da complexidade e do
grau de organização da facção, que já se expandiu para 21 estados, além
do Distrito Federal, conforme relatório reservado da Secretaria
Nacional de Segurança Pública.
Os documentos trazem detalhes da contabilidade de setores do grupo
que estão fora dos presídios. Há registro em planilhas de despesas como
chips de telefonia móvel, aluguel de ônibus e vans para a visita de
parentes de detentos às unidades prisionais, gasolina, venda de cocaína,
maconha, crack e até equipamentos como computadores e celulares.
“O crime fortalece o crime, é dando que se recebe”, diz o documento
que detalha o funcionamento do “banco de apoio”, citando como principal
objetivo da iniciativa “fortalecer aqueles irmãos que estão totalmente
descabelados saindo da prisão”.
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