As ativistas do grupo feminista Femen fizeram uma manifestação na tarde
desta quinta-feira no centro de São Paulo para reclamar da violência
contra as mulheres. Segundo Sara Winter, líder do movimento no Brasil, o
grupo resolveu fazer o protesto ao saber da prisão de um assassino na
zona leste da capital, acusado de matar cinco mulheres que, segundo ele,
eram todas garotas de programa.
"Nós ficamos sabendo desse caso e viemos aqui nos manifestar. Temos que
lutar para combater a violência contra a mulher. Ele escolhia
prostitutas para matar. Vendemos o nosso corpo, mas não vendemos a nossa
alma", disse a Sara.
Em um dos cartazes do grupo, a manifestante questionava se merecia
morrer só pelo fato de ser prostituta. O intuito do grupo, segundo Sara
Winter, é questionar o poder da pessoa matar a mulher só pelo fato dela
se prostituir.
O protesto do grupo feminista durou poucos minutos e aconteceu na
região da avenida Liberdade, no bairro com o mesmo nome. Segundo o
grupo, hoje não era dia de entrar em confronto com a polícia por um
motivo nobre : o Femen foi convidado para participar da Campus Party,
evento de tecnologia que acontece em São Paulo nesta semana.
"Hoje a gente nem podia ser presa, temos um compromisso mais tarde. A
Manifestação foi tranquila e não tivemos nenhum problema com a polícia",
falou.
Assassino em série
O auxiliar de limpeza Eduardo Sebastião do Patrocínio, 42 anos, foi
preso na última quinta-feira acusado de ter matado uma mulher na região
do Itaim Bibi, na zona leste de São Paulo. Após ser questionado pela
polícia, o homem acabou confessando cinco crimes, com as mesmas
características.
Segundo o Departamento de Homicídios e de Proteção a Pessoa (DHPP), ele
procurava as mulheres nas ruas da zona leste e as convidava para ir até
a sua casa. Lá, ele não conseguia ter a ereção e, possuído por intensa
raiva, cometia os crimes.
As vítimas, segundo a polícia, eram escolhidas por serem garotas de
programa ou usuárias de drogas, mas essa versão ainda não foi confirmada
já que apenas duas das mulheres mortas foram identificadas.
Apesar do assassino ter confessado cinco mortes, a polícia trabalha com a hipótese de haver mais vítimas.
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