Além da ajuda oficial dos governos federal, estadual e municipal, as 
centenas de famílias das vítimas do incêndio na Boate Kiss, em Santa 
Maria, também contam com o apoio e a solidariedade de desconhecidos. 
Moradores da cidade e de outras regiões do Estado tem se dedicado a doar
 tempo, mantimentos e dinheiro para minimizar o sofrimento dos parentes 
de mortos e feridos.
Em Porto Alegre, um grupo de pessoas se juntou para centralizar as 
doações e distribuir conforme a necessidade dos familiares, que, além de
 Santa Maria, também acompanham feridos na capital, em Canoas, em Caxias
 do Sul e em Ijuí. Por meio de uma "vaquinha virtual", eles arrecadam 
dinheiro e compram comida, água, materiais de higiene e medicamentos 
para os familiares que abandonaram seus lares para cuidar das vítimas. 
Em quatro dias, o grupo juntou R$ 37.065, quase o dobro do objetivo, que
 era de R$ 20 mil.
Segundo uma das organizadoras da ação, Gabriela Ludwig Guerra, o valor 
que ultrapassou o estipulado inicialmente será convertido em doações 
para vítimas de outro incêndio que atingiu o Rio Grande do Sul. No mesmo
 dia da tragédia, um sinistro destruiu a Vila Liberdade, comunidade 
próximo à Arena do Grêmio, desabrigando dezenas de famílias.
O grupo divulga a prestação de contas das compras dos donativos no 
Facebook. Segundo os organizadores, o restante do dinheiro não gasto com
 os mantimentos será enviado para um fundo de apoio às vítimas de Santa 
Maria. Quem quiser contribuir, pode acessar o link da vaquinha.
Família humilde
Amigos de vítimas da tragédia também têm se empenhado em ajudar 
famílias humildes que perderam filhos ou os acompanham em hospitais. Em 
Santa Maria, um amigo dos irmãos Gustavo Marques Gonçalves e Deivis 
Marques Gonçalves, mortos na tragédia, escreveu uma carta para o 
apresentador da TV Globo Luciano Huck pedindo ajuda para a 
família das vítimas. Pelo Facebook, Eduardo Sauthier Monteiro solicitou 
que Huck reforme a casa dos Gonçalves. Segundo ele, os dois irmãos 
ajudavam a mãe, Elaine, viúva há dois anos. "Sei que existem muitas 
famílias que precisam de seu ajuda, mas só convivendo com a família 
Gonçalves para ter uma dimensão da dificuldade que eles têm", escreveu.
Na carta, o amigo explica que a família tem poucas condições para se 
manter. "O muro que divide seu terreno com uma vizinha, e faz parte da 
parede de sua casa, está rachando e corre risco de desabamento, sem 
falar no estado do resto da casa de madeira com pequenos espaços dentro.
 Não possuem carro e nenhum tipo de luxo, uma família humilde, porém 
muito, muito honesta", diz na mensagem, compartilhada por milhares de 
usuários da rede social. 

 
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