O promotor Rogério Leão Zagallo criticou a pena imposta a
Gil Rugai nesta sexta-feira, após o quinto e último dia de julgamento
no Fórum Criminal da Barra Funda. O réu foi condenado a 33 anos e 9
meses de reclusão por matar seu pai Luiz Rugai e sua madrasta,
Alessandra de Fátima Troitiño, em 28 de março de 2004. O juiz Adilson
Paukoski Simoni decretou a pena e afirmou que Gil poderá recorrer em
liberdade.
O réu só poderá pedir progressão do regime após cumprir
um sexto da pena – e, como já ficou cerca de dois anos e meio na cadeia,
deverá permanecer na prisão por apenas mais dois anos.
"Se eu falar que esse rapaz, depois de ter matado o pai e
a madrasta, vai cumprir mais dois anos e meio, a gente tem a sensação
de 'o que eu vou falar para meus alunos, para as pessoas, cidadãos?'
Vale a pena praticar crime, esse é o legado desse julgamento, de cinco
dias de julgamento, nove anos de processo. Eu matei meu pai, minha
madrasta e vou ficar mais dois anos e meio. Esse é o atual estágio, o
nível da Justiça. Vale a pena praticar crimes", criticou Zagallo.
Pelo fato de recorrer em liberdade, o advogado de
acusação afirmou temer pela fuga de Gil Rugai e voltou a dizer que o réu
tem problemas psicológicos e dupla personalidade. "Não tenho bola de
cristal, mas ninguém em sã consciência ficaria aguardando o fim de um
processo para cumprir, aparentemente, uma longa pena.
Com o fim de dois
anos e meio, ele voltará a rua como se nada tivesse acontecido",
afirmou.
"Esse rapaz tem um desvio de personalidade. Ele é
dissimulado, é perigoso, não é o anjinho que parece. Ele não vai
participar do conclave, muito pelo contrário. Ele não poderia conviver
em liberdade. Já cansei em fazer acusações com réus bandidos, do PCC
(Primeiro Comando da Capital), traficantes. Em qualquer um desses casos,
eu divido um carro com qualquer um desses réus que condenei, mas com o
Gil Rugai eu não divido esse carro", ressaltou.
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