O porta-voz do Vaticano rebateu neste sábado "a
desinformação e, inclusive, as calúnias", sobre possíveis intrigas na
cúpula da Santa Sé e a existência do chamado "lobby gay" publicadas na
imprensa.
"Há quem tenta aproveitar o movimento de surpresa e
desorientação, após o anúncio de que o papa Bento XVI abandonará seu
cargo, para semear a confusão e desprestigiar a Igreja", declarou
Federico Lombardi, em uma entrevista à Rádio Vaticano.
"Aqueles que apenas pensam em dinheiro, sexo e poder, e
estão acostumados a ver as diversas realidades com estes critérios, não
são capazes de ver outra coisa, nem sequer na Igreja, porque seu olhar
não sabe dirigir-se para cima ou descer com profundidade nas motivações
espirituais da existência", completou.
Também neste sábado, a Secretaria de Estado do Vaticano
divulgou um comunicado no qual rejeita as "tentativas de condicionar os
cardeais, com vistas ao Conclave (que vai escolher o próximo papa), com a
divulgação de notícias frequentemente não verificadas ou verificáveis
e, portanto, falsas, com grande prejuízo a pessoas e instituições". "Se
no passado eram as chamadas potências, ou seja os Estados, que queriam
condicionar a eleição do Papa, hoje se trata de envolver a opinião
pública", diz a nota.
Uma série de revelações sobre uma trama de corrupção,
sexo e tráfico de influências no Vaticano, publicadas esta semana pela
imprensa italiana, ofusca o conclave para a eleição de um novo Papa.
As denúncias, publicadas pelo jornal La Repubblica e a revista Panorama,
afirmam que o Papa decidiu abandonar o cargo depois de receber um
relatório secreto de 300 páginas, elaborado por três cardeais veteranos e
considerados inatacáveis. No documento são descritas as lutas internas
pelo poder e o dinheiro, assim como o sistema de "chantagens" internas
baseadas nas fraquezas sexuais, o chamado "lobby gay" do Vaticano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário