segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Tribunal justifica estádio vazio e não crê em saída do Corinthians

Punido pela morte do garoto Kevin Beltrán Espada, torcedor do San José, o Corinthians será obrigado a mandar seus jogos com portões fechados na Copa Libertadores. O uruguaio Adrian Leiza, responsável por comandar o julgamento do caso na Conmebol, justificou a decisão e disse não crer na saída do clube brasileiro do torneio.


"Adotamos uma medida cautelar atendendo à gravidade do caso, a morte de um garoto de 14 anos, no marco do novo regulamento disciplinar", afirmou Leiza.


Antigamente, os problemas de indisciplina dos torneios da Conmebol eram julgados pelo Comitê Executivo da entidade e não costumavam ser punidos com severidade. A partir de dezembro, no entanto, por sugestão da Fifa, o órgão criou um tribunal com cinco membros para cuidar deste tipo de assunto.

Como o caso envolve Corinthians e San José, o brasileiro Caio César Rocha, presidente do Tribunal, e o boliviano Alberto Lozada não participarão da decisão. Desta forma, o julgamento será dirigido pelo uruguaio Adrian Leiza. O chileno Carlos Tapia Aravena e o colombiano Orlando Morales também estão aptos a participar.


A morte do jovem Kevin, 14 anos, marcou a estreia do Corinthians na Copa Libertadores. Em Oruro, o fã do San José foi atingido por um sinalizador disparado por um torcedor do Corinthians e não resistiu. Um menor de 17 anos, integrante da Gaviões da Fiel, assumiu a autoria do ato e se apresentou às autoridades brasileiras na tarde desta segunda-feira.


O recém-criado Tribunal da Conmebol elaborou um novo código disciplinar, mais rigoroso que o anterior. O regulamento é subjetivo, mas realmente prevê eliminação em situações extremas. No entanto, de acordo com a avaliação inicial, isso só aconteceria em casos de violência causada pelos próprios times, não por suas torcidas.

Questionado se pode determinar a saída do clube brasileiro da Copa Libertadores, Leiza foi evasivo. "O Tribunal abriu procedimento disciplinar contra o Corinthians. Assim que as provas sejam recolhidas e analisadas, vamos tomar uma decisão definitiva", limitou-se a dizer.


Irritados com a punição de mandar seus jogos com portões fechados, alguns diretores corintianos chegaram a cogitar a possibilidade de abandonar a Libertadores por vontade própria. Adrian Leiza, responsável por comandar o julgamento, não acredita nesta hipótese.


"Não posso emitir opinião sobre essa possibilidade. Essa decisão é exclusiva do clube, e não da Conmebol. Não obstante, um clube não pode resolver se retirar de uma competição internacional", contestou o uruguaio.

Em caso de abandono, o regulamento da Copa Libertadores prevê o pagamento de uma multa de cerca de R$ 400 mil a cada um dos outros três times do grupo e de R$ 40 mil à própria Conmebol. Além disso, o clube infrator é excluído pelo menos das próximas três edições do torneio para as quais se classifique.

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