sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Renan volta ao Senado e evita comentar denúncias por 3 crimes

Escolhido por 56 dos 81 senadores da República, nesta sexta-feira, Renan Calheiros (PMDB-AL) volta à presidência do Senado quase seis anos depois de renunciar à cadeira por ter sido acusado de pagar a pensão alimentícia à jornalista Mônica Veloso (com quem teve uma filha fora do casamento) com dinheiro de um lobista de uma grande empreiteira. Hoje, de volta ao comando da Casa, o senador ainda vê seu nome envolvido no escândalo, já que a Procuradoria-Geral da República (PGR) ofereceu, na semana passada, a denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) referente ao caso, em que o acusa de ter apresentado notas frias para explicar a origem dos recursos da pensão e de outras despesas (de cerca de R$ 45 mil). Se condenado pelos crimes de peculato (desvio de dinheiro público), falsidade ideológica e uso de documento falso – pelos quais responde na Justiça –  ele pode pegar até 23 anos de prisão.

A denúncia, entretanto, não impediu que o senador fosse escolhido pela maioria para comandar a Mesa Diretora e o Congresso – posto até então do ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) – pelos próximos dois anos. Apenas 18 parlamentares votaram em Pedro Taques (PDT-MT), candidato dos "independentes", sendo que outros dois senadores anularam seus votos e outros dois votaram em branco. A votação foi secreta.

O político tem evitado comentar as denúncias, mas em raras declarações atribui a ação do Ministério Público Federal a interesses políticos de prejudica-lo. Hoje, em seu discurso de vitória, ele afirmou que ter compromisso com a "ética".

A escolha de Calheiros, contudo, certamente não deve encontrar apoio da opinião pública. Na internet, um abaixo-assinado contra a indicação do senador para a presidência da Casa reuniu mais de 300 mil assinaturas - o que foi lembrado pelo adversário derrotado em seu discurso nesta sexta-feira. Já na última quarta-feira, um grupo de manifestantes fincou dezenas de vassouras verdes e amarelas no gramado em frente ao Congresso, em protesto contra o retorno do peemedebista ao comando do Senado. Os manifestantes queriam uma faxina simbólica na rampa do Congresso, com água e sabão, mas foram impedidos pelos seguranças.

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