Em Assunção, uma semana antes de conquistar a Copa
Libertadores 2013, o Atlético-MG se hospedou em hotel que pertence à
Conmebol. Fica, ainda, logo ao lado da sede da entidade. Do Brasil, o
presidente da CBF fez sua parte: José Maria Marin divulgou o apelo feito
aos dirigentes sul-americanos. Alexandre Kalil, à sua maneira, também
esbravejou. Mas os atleticanos começaram a perder no Paraguai antes de a
bola rolar...
A vontade – em vão – de realizar a finalíssima no
Estádio Independência esbarrou na força dos paraguaios nos bastidores. A
primeira perna foi realizada no Defensores Del Chaco, insuficiente para
40 mil espectadores. A segunda perna não ocorreu no Horto, e a alegação
foi de que não poderia receber 40 mil torcedores. Coisas de
Libertadores, diria alguém.
O fato é que o impasse sobre os palcos da final foi só um detalhe de
como os clubes brasileiros estão fragilizados nos bastidores da
Conmebol. Houve sérios erros de arbitragem contra Fluminense,
Atlético-MG, São Paulo e principalmente o Corinthians. O então campeão
da Libertadores deixou a competição por sérios erros do juiz paraguaio
Carlos Amarilla contra o Boca Juniors nas oitavas. “Um zé mané, um
babaca”, chamou Emerson na última quarta.
Dois gols legais anulados por Amarilla e um pênalti
claro também não marcado, porém, não resumem os problemas do Corinthians
com o extracampo da Libertadores. Pela morte do boliviano Kevin Espada,
promovida por corintianos, o clube atuou uma partida com portões
fechados. Também teve seus torcedores proibidos de frequentar jogos como
visitantes. E acabou multado em US$ 200 mil. Mandante do jogo, o San
José-BOL só teve uma punição: US$ 10 mil.
Não foi só o Corinthians que sofreu nos tribunais da
Conmebol durante a Libertadores. Criado para 2013, o Tribunal
Disciplinar da Conmebol agiu com rigidez em relação ao São Paulo e
retirou Luís Fabiano de quatro jogos da competição. O atacante havia
reclamado por um pênalti inexistente marcado pelo árbitro colombiano
Wilmar Roldán a favor do Arsenal de Sarandí-ARG. Após o jogo, Roldán
expulsou Luís Fabiano, que pegou gancho pesado.
Contra o Emelec nas oitavas de final, o Fluminense
precisou se desdobrar para reverter no Brasil a vantagem construída pela
equipe equatoriana no jogo de ida. Tudo porque um pênalti inexistente
foi marcado aos 42min do segundo tempo para o rival do Flu. O árbitro
naquele jogo era Wilmar Roldán. “A falta e o pênalti que originaram o
gol do Emelec foi uma vergonha”, disse Abel Braga.
Campeão dentro do Mineirão, o Atlético foi prejudicado
contra o Newell’s, pelas semifinais, no Independência. O árbitro
uruguaio Roberto Silveira não assinalou penalidades em Jô e Diego
Tardelli. No Paraguai contra o Olimpia, o argentino Néstor Pitana anulou
gol legal marcado por Tardelli.
A Libertadores 2013, cabe lembrar, ocorre em meio à
mudança de comando da Conmebol. Nicolas Leóz deixou o cargo que ocupava
desde 1986 após fortes acusações de suborno pela revista France Football
na eleição para a sede da Copa do Mundo de 2022. Ele foi substituído
por Eugenio Figueiredo, seu vice, uruguaio. Na quarta, antes da final,
Alexandre Kalil criticou: “o presidente da Conmebol e o da CBF se
mostraram muito fracos”.
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