sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Advogado que entrou na Justiça Comum contra CBF: "privilegiam cariocas"

Em entrevista ao Terra, o advogado e torcedor do Santos, Delmiro Aparecido Goveia fez críticas duras à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Ele entrou nesta quinta-feira com uma ação no Juizado Especial Cível da cidade de Mogi das Cruzes contra as duas entidades em favor da Portuguesa, rebaixada à Série B do Campeonato Brasileiro por decisão do órgão.

De acordo com o advogado, a CBF deixou de ser uma entidade esportiva e se tornou uma entidade política, privilegiando apenas alguns clubes. "Primeiro, que acompanho o Campeonato Brasileiro, milito no esporte e entendo que o futebol brasileiro não está moralizado. A própria CBF está preocupada com interesse de empresários, de alguns clubes e de uma determinada emissora de televisão. Virou uma entidade política", alfinetou Delmiro.

Segundo o torcedor santista, a ação não foi tomada com a ideia de prejudicar o Fluminense, e sim com a ideia de corrigir uma possível injustiça cometida com a Portuguesa. "Essa ação é contra a CBF e o STJD tendo em vista que a Portuguesa de Desportos foi lesada com a decisão do STJD. Os auditores do STJD não foram legalistas, pois apenas aplicaram o código de Justiça Desportiva quando deveriam ter aplicados o que diz o Estatuto do Torcedor".

"Existe um campeonato e se fala em 20 clubes, a ação visa restabelecer a Portuguesa para disputar o Campeonato Brasileiro de 2014. Como a CBF é uma entidade política, ela pode fazer o que já fez no passado. Ela pode fazer algo parecido com a Copa João Havelange, ajeitando todo mundo e privilegiando principalmente os clubes do Rio de Janeiro", completou Delmiro.

A acusação de Goveia é de que os réus não teriam respeitado os artigos 35 e 36 do Estatuto do Torcedor, no julgamento do Pleno do STJD, realizado no fim de dezembro. O primeiro prevê a disponibilização das decisões da Justiça Desportiva no site da entidade. O segundo diz respeito à possível anulação de uma decisão que não seguiu o artigo 35.

Segundo o advogado, além dos torcedores entrarem na Justiça Comum, a Portuguesa ainda pode tentar uma última instância na Justiça Desportiva para conseguir sua permanência na Série A. "A Portuguesa tem como entrar na seara esportiva junto à Fifa. Os torcedores que estiverem indignados poderão entrar na Justiça Comum".

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