Dois anos e cinco meses após o desaparecimento de Eliza Samudio, o
ex-goleiro do Flamengo Bruno Fernandes de Souza e outros quatro acusados
pelo Ministério Público (MP) pela suposta morte da ex-amante do atleta
começarão a ser julgados na manhã desta segunda-feira. Além de Bruno,
Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, o ex-policial Marcos Aparecido
dos Santos, o Bola, Fernanda Gomez Castro e Dayanne do Carmo Souza,
respectivamente ex-namorada e ex-mulher do jogador, irão a júri popular a
partir das 9h, no Fórum de Contagem.
A sessão será coordenada pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues,
do 1º Tribunal do Júri de Contagem, e tem previsão de durar até duas
semanas. Bruno, Bola e Macarrão estão detidos e serão levados, no início
da manhã, dos presídios até o fórum. Fernanda e Dayanne respondem em
liberdade e foram intimidas a comparecer à audiência.
Inicialmente, 25 jurados estarão presentes na abertura do
julgamento, mas apenas sete serão sorteados para compor o Conselho de
Sentença. No total, 30 testemunhas de defesa e acusação serão ouvidas.
Os depoimentos devem começar já no primeiro dia de audiências. São cinco
testemunhas arroladas pelo MP e 25 pela defesa dos cinco réus.
O processo tem, atualmente, 38 volumes, com 9.456 páginas. Mais
de 50 advogados já atuaram nesse caso. Bruno e Macarrão respondem por
homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emprego de meio cruel e
uso de métodos que dificultam a defesa da vítima). Bola responde por
homicídio duplamente qualificado (meio cruel e sem permitir defesa da
vítima), e ocultação de cadáver. Dayane e Fernanda respondem por
sequestro e cárcere privado.
Outros réus
O caseiro Elenilson Vitor da Silva e Wemerson Marques, o Coxinha, também
acusados no processo, serão julgados em outra data. Isso porque o
processo precisou ser desmembrado. A juíza entendeu que como o processo
conta com sete réus, não haverá matemática que permita a realização de
um único julgamento sem que haja ¿estouro de urna¿, pois cada parte tem o
direito de recusar três deles. Logo, se todas as partes recusarem sua
cota, não seria possível realizar um julgamento com apenas quatro
jurados.
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