A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas na
Câmara dos Deputados deve pedir a quebra dos sigilos bancário, fiscal e
telefônico de Carmem Kiechofer, de seu marido, Bernhard Michael
Topschall, e das empresas do casal, informou o presidente da CPI,
deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA). Eles são suspeitos de aliciar mães e
intermediar a doação de crianças pobres no interior da Bahia.
Os
dois foram convocados para prestar esclarecimentos na CPI em audiência
na manhã desta terça-feira (13), mas se negaram a responder à maior
parte das perguntas feitas pelos parlamentares.
O casal foi
beneficiado por dois habeas corpus, concedidos na segunda (12) pelos
ministros Gilmar Mendes e Ricardo Levandowski, do Supremo Tribunal
Federal (STF), que asseguraram o direito de permanecerem calados quando
considerassem que as respostas aos questionamentos pudessem produzir
provas contra eles.
Ao comentar a postura de Carmem de não
responder à maioria das perguntas, o deputado Jordy disse considerá-la
suspeita. Durante a audiência, ele chegou a dizer que o silêncio estava
"ruidoso demais".
"Ela não se incriminou porque não disse nada,
mas a sensação que fica é que ela tem muito a dizer. Só deixa essa
lacuna quem está apavorada de falar alguma coisa. Ela é peça importante
[para as investigações]", disse.
Ao justificar o silêncio diante
das perguntas, Carmem disse que é a "maior interessada nos
esclarecimentos dos fatos" e reiterou que só se manifestará perante a
Justiça da Bahia.
Entre as poucas respostas que deu, a maioria
sem ligação direta com as acusações, ela confirmou ser moradora do
município de Pojuca, na Bahia, para onde se mudou há cerca de dois anos
com o objetivo de montar uma empresa de processamento de tripa natural,
atraída por incentivos fiscais. Ela confirmou, no entanto, que até o
momento não conseguiu estabelecer o negócio.

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