Apesar das negociações e da pressão internacional, o sétimo dia da
nova série de agressões árabe-israelenses deve terminar sem acordo de
cessar-fogo. Após informações iniciais do Hamas de que uma trégua teria
sido acertada para a noite desta terça, o grupo voltou atrás e,
confirmando a versão israelense, afirmou que a paz temporária
dificilmente será alançada ainda hoje.
"Não se chegou a um acordo até agora e talvez não se possa conseguir
um acordo esta noite. Todas as opções estão abertas e nosso povo e a
resistência estão preparados para todas as probabilidades", afirmou
Izzat Rishq, membro do escritório político do Hamas, acrescentando que
será a presidência egípcia que anunciará a trégua, caso seja alcançada.
Versão similar sobre as negociações também vem do lado israelense: "A
bola ainda está em jogo", disse o porta-voz do governo israelense, Mark
Regev, disse à rede de notícias americana CNN.
A informação de Rishq contradiz o comunicado inicial do Hamas. Ayman
Tah, outro representante do grupo, havia informado mais cedo à Reuters
que um cessar-fogo seria anunciado ainda hoje e que a trégua entraria
em vigor às 22h GMT (20h de Brasília). A informação também havia sido
confirmada à AFP pelo movimento Jihad Islâmica e tinha o respaldo
do ministro das Relações Exteriores turco, Ahmet Davutoglu, segundo
noticiou a agência de notícias Anadolu em Gaza.
Os contatos diplomáticos prosseguem. O secretário-geral da ONU, Ban
Ki-moon, chegou nesta terça-feira a Israel, onde se reuniu com as
autoridades israelenses; uma delegação da Liga Árabe também se encontra
em Gaza.
"A grotesca agressão israelense vai cessar hoje, terça-feira, e os
esforços para obter um cessar-fogo entre palestinos e israelenses vão
ter resultados positivos nas próximas horas", declarou o presidente
egípcio Mohamed Mursi, que está à frente dos esforços internacionais
para que o enclave palestino controlado pelo Hamas retorne à calma.
Israel adiou provisoriamente a opção de uma ofensiva terrestre,
indicando que quer dar todas as oportunidades de êxito aos esforços
diplomáticos em curso, após uma reunião na noite de segunda-feira do
gabinete de segurança restrito do primeiro-ministro israelense, Benjamin
Netanyahu. Segundo a imprensa israelense, o país quer uma trégua de 24 a
48 horas para que as partes possam elaborar um cessar-fogo duradouro.
De acordo com a mesma fonte, neste contexto Israel pode aliviar seu
bloqueio da Faixa de Gaza. Segundo uma rede de televisão israelense, o
primeiro-ministro Benjamin Netanyahu está de acordo em aprovar o
documento, e um fim das hostilidades estaria em perspectiva em 24 horas.
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