A facção PCC perdeu o controle no combate que trava com a Polícia
Militar. A declaração é do traficante Leandro Rafael Pereira da Silva, o
Léo Gordo, de 28 anos, preso na semana passada sob acusação de
participar da morte de um policial militar e ordenar assassinatos de
PMs.
Em depoimento gravado pela Polícia Civil ao qual o DIÁRIO teve
acesso, Léo Gordo explica que foi escolhido para repassar a ordem da
liderança do crime organizado porque saiu da cadeia recentemente
(julho). A ordem era para revidar os casos em que a Rota (tropa de elite
da PM) matava suspeitos e forjava trocas de tiros, segundo o acusado.
“Eu recebi o salve (a ordem) e passei pros (sic..) irmão concluir
(matar). Só que foi brecado o salve devido aos cara tá matando (sic..)
muita gente inocente. Até faleceu PM que trabalhava na parte interna.
Tavam (sic..) dando tiro na viatura, coisa que não era pra acontecer”,
revelou.
Em 2012, 94 policiais militares foram assassinados, apenas três em
serviço, segundo a PM. Na quarta-feira, a Secretaria da Segurança
Pública divulgou os índices da violência. O número de vítimas de
assassinato na capital aumentou 115% em relação ao mesmo mês de 2011:
foram 176 pessoas mortas.
A Polícia Civil descobriu que Léo Gordo mantinha uma boca de tráfico
na região do Campo Limpo, na Zona Sul de São Paulo, e investiga lavagem
de dinheiro das drogas em uma empresa de transporte com utilização de
vans mantida pelo traficante. Com o acusado, a polícia prendeu
Wellington Viana Alves, o Baré, de 32 anos. Em escutas telefônicas,
segundo a polícia, Baré pergunta a Léo Gordo se a facção PCC ordenou
realização de toque de recolher na região. A resposta foi negativa.
A investigação identificou pelo menos outros quatro criminosos
envolvidos nas mortes dos PMs Flávio Adriano do Carmo, de 45 anos, dia
13 de outubro, em uma padaria do Jardim São Luís, e Renato Ferreira da
Silva Santos, de 29 anos, em 4 de outubro, no Jardim Arpoador, Zona
Oeste.
Os bandidos procurados são ladrões de caixas eletrônicos e deveriam
cumprir as ordens repassadas por Léo Gordo. A Polícia Civil conseguiu
identificar uma ação da quadrilha e salvou a vida de um cabo da Rota.
Investigadores ligaram para a padaria em que ele estava, no Campo Limpo,
explicaram a situação de risco e o PM fugiu a tempo. Quando os
matadores chegaram à padaria, o PM estava a salvo.
Mandantes/ Francisco Antonio Cesário da Silva, o
Piauí, e Roberto Soriano, o Betinho Tiriça, são acusados de ordenar
mortes de policiais militares e foram transferidos para o presídio
federal de Porto Velho, em Rondônia.
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