Procurador da República há 16 anos em Marília, interior de São Paulo,
Jefferson Aparecido Dias foi destaque na mídia nacional e internacional
após uma ação contra o Banco Central exigindo a retirada da expressão
"Deus seja louvado" das cédulas de Real. Ele também é autor de outras
ações polêmicas, como uma ajuizada em 2009 que pedia a retirada de
símbolos religiosos que estivessem expostos em repartições públicas
federais. O argumento proposto era o de que, apesar de ter uma população
majoritariamente cristã, o Brasil é um País laico e, por isso, não
poderia haver vinculação entre o poder público e qualquer igreja ou
crença religiosa.
Em outra ação judicial, desta vez contra a prefeitura de Marília, Dias
exigia que a cor da bandeira do município, adotada há quase três
décadas, voltasse a ter a cor vermelha. Na época, o então prefeito Mário
Bulgarelli, alegou que a mudança ocorreu em razão da cor do uniforme do
time de futebol da cidade, o Mac (Marília Atlético Clube) e pelo fato
dos prédios públicos municipais ostentarem a cor azul. Para Dias, a
mudança lesava o patrimônio cultural da cidade, além do que, a população
não havia sido consultada sobre a alteração. O pedido foi aceito pela
Justiça e houve a troca do azul pelo vermelho.
O procurador moveu ainda duas ações contra uma das maiores emissora de
TV do País. Em uma delas, a exigência era para que a emissora
explicasse, durante um reality show, as formas de transmissão do HIV. A
medida foi tomada depois que um participante do programa disse que
heterossexuais não contraíam aids. Já na outra, Dias ajuizou uma ação
civil pública para que cenas que pudessem estar relacionadas a crimes
não fossem exibidas. A ação foi motivada depois que a emissora exibiu
imagens de um suposto estupro ocorrido no mesmo programa.
Além de ocupar o cargo de procurador da República em Marília, no
interior de São Paulo, Jefferson Dias também responde pela Procuradoria
Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC), com sede na capital. O mandato à
frente da PRDC é de dois anos, podendo haver reeleição. Ele encerra
quatro anos no comando da procuradoria no início de 2012. A escolha do
sucessor será feita mediante eleições internas.
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