sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Quadrilha de traficantes que usava cegonheiras é desarticulada

Uma operação do Departamento de Narcóticos (Denarc) da Polícia Civil que começou na terça-feira e terminou ontem fez a maior apreensão de cocaína na Bahia este ano. Presos durante a ação, Elio de Jesus Matos, considerado o chefe da quadrilha, e os comparsas Jacira Jandira de Santiago Santos, Adilson Almeida da Rocha e Anderson Eduardo Cruz dos Santos foram apresentados nesta sexta-feira no auditório do prédio da Polícia Civil, na Piedade, em Salvador.

A droga foi encontrada a partir de investigações na localidade da Lajinha, no bairro Engomadeira, na residência do traficante Elio de Jesus, o Elinho, 32 anos, na capital. Os policiais apreenderam 33 tabletes de cocaína, totalizando 33 kg que, segundo o líder do esquema criminoso, foram adquiridos em São Paulo por R$ 330 mil.

Com a venda da droga, trazida para a Bahia dentro de veículos transportados por caminhões modelo cegonha, a quadrilha arrecadaria um total de R$ 480 mil, conforme calculou Elinho. A cocaína seria revendida em pontos na Lajinha e adjacências. As investigações em torno da quadrilha relevaram que o líder da quadrilha ostentava um elevado padrão de vida, e se dizia proprietário de frota de táxi.

No estacionamento do imóvel onde Elinho reside com a mulher Jacira, 32 anos, foram apreendidos um veículo Vectra, uma motocicleta Honda modelo Hornet 500, três táxis modelo Corsa e um táxi modelo Cobalt. A polícia apurou que taxistas eram contratados por Elio de Jesus para transportar integrantes do bando pela cidade, sem saberem que aqueles clientes tinham envolvimento com o crime.

Na residência de Adilson, 36 anos, no bairro Jardim Cruzeiro, os policiais encontraram R$ 73 mil e uma pistola 380 com um carregador e 18 munições intactas. Anderson, o Furão, 33 anos, considerado o braço direito do líder do tráfico, foi preso em casa, na Boca do Rio.

Cegonheiras
As atividades da quadrilha vinham sendo monitoradas nos últimos oito meses. Segundo o diretor do Denac, delegado Jorge Figueiredo, durante as investigações, inclusive com policiais infiltrados na Lajinha e outras comunidades, o Denarc descobriu que o grupo comprava a droga diretamente do fornecedor em São Paulo. Veículos comercializados pelo bando naquele Estado eram utilizados para ocultar o entorpecente. Os carros eram transportados através de caminhões "cegonheiras" para a Bahia.

"A cocaína vinda de São Paulo percorria várias rodovias sem chamar a atenção da fiscalização policial. Na Bahia, os veículos eram entregues aos clientes, entre os quais integrantes do bando aqui liderado por Elinho", informou o delegado. A droga retirada do interior dos carros era distribuída para comercialização na região da Engomadeira.
 
Festa no motel
Com o dinheiro arrecadado com o tráfico de drogas, Elio de Jesuss ostentava uma vida de padrão elevado, chegando a contratar para sua festa de aniversário 20 garotas de programa para divertirem os convidados numa suíte de motel, alugada por ele. No dia seguinte à festa, proporcionou aos amigos, muitos deles comparsas do tráfico, um passeio de escuna pela Baía de Todos os Santos, na qual as garotas também fizeram presença. De acordo com a polícia, as investigações prosseguem, buscando identificar outros integrantes do bando, bem como a conexão paulista do tráfico.

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