quinta-feira, 22 de novembro de 2012
Torcida organizada do Flamengo usava táticas militares para confrontos, diz polícia
Os integrantes da torcida Jovem Fla lançavam mão de verdadeiras táticas militares para chegar aos estádios do Rio em dias de jogos. Segundo o titular da DH (Divisão de Homicídios), o delegado Rivaldo Barbosa, os torcedores usavam desde escolta armada a batedores para se blindar de ataques de rivais. Nesta quinta-feira (22), oito membros da facção rubro-negra foram presos durante uma operação da especializada.
O presidente da Jovem Fla, Carlos Renato da Silva Santos, o Macedo encabeça a lista dos suspeitos de participar do assassinato de um torcedor vascaíno em agosto passado. O titular da DH, o delegado Rivaldo Barbosa, disse que o material apreendido na operação, como armas, facas e até um veículo Jetta, ajuda a comprovar que os integrantes da torcida organizada do Flamengo buscavam inspiração nos ensinamentos militares para viabilizar ações criminosas.
— Ficou muito claro a utilização de ensinamentos militares, como escoltas, batedores, escoltas armadas, motocicletas, drogas e armas. Toda uma estrutura utilizada para a prática de crimes, seja homicídio ou lesão corporal. Está basicamente confirmado a partir de tudo que foi apreendido. Então, podemos dizer que se trata de uma organização criminosa. Quem está ligado à milícia, tráfico de drogas e armas não é uma torcida organizada.
Os policiais da DH ainda apreenderam drogas, notas falsas, ingressos, porretes, luvas de boxe e soco inglês na casa dos torcedores presos. Os agentes também estiveram da sede da Jovem Fla, no centro do Rio, onde recolheram documentos, computadores e um cofre.
O vice-presidente de finanças do Flamengo, Michel Levi, vai depor na sexta-feira (23) como testemunha no inquérito que investiga a morte do vascaíno Diego Leal, de 29 anos.
O torcedor foi morto com três tiros e duas facadas em um bar no bairro de Tomás Coelho, zona norte do Rio, horas antes do jogo entre Vasco e Flamengo no estádio do Engenhão no dia 19 de agosto. A polícia ainda está à procura de dois suspeitos de participar do crime. O presidente da torcida Força Jovem do Vasco, Bruno Pereira Ribeiro, esteve na DH nesta quinta-feira para prestar esclarecimentos sobre o caso.
A chefe da Polícia Civil, Marta Rocha, deu um recado para as torcidas que insistem em duelar nos estádios do Rio: “o trabalho contra essas torcidas será implacável”. No sábado (24), segundo a delegada, policiais civis e militares estarão à paisana para tentar identificar os torcedores que querem transformar a festa do clássico Vasco e Flamengo em confusão no Engenhão.
— Quero alertar as torcidas porque nós estamos monitorando os jogos que virão e sabemos de uma outra torcida que está se organizando para brigas. Estamos chamando os integrantes dessa torcida para que essa torcida tenha clareza de que a Polícia Civil não vai tolerar qualquer ato de violência praticada por torcedores. E os chefes de torcida serão responsáveis por esses atos de violência, porque ninguém pode permitir que alguém entre em um ônibus com uma barra de ferro, um porrete e um soco inglês.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário