O
perito criminal Adriano Yssamu Yonanime, do Instituto de Criminalística
de São Paulo, admitiu na noite desta segunda-feira, primeiro dia do
julgamento do publicitário e ex-seminarista Gil Rugai, 29 anos, que há
um erro no laudo que aponta o réu como autor do arrombamento da porta da
sala onde o pai dele, Luiz Carlos Rugai, foi morto em 28 de março de
2008. Embora afirme ter "certeza" de que o pé, a estatura e o tipo
físico do acusado sejam "compatíveis" com a marca de sapato encontrada
na porta do imóvel, o perito admitiu que no vídeo chamado de "realidade
virtual" foi sobreposto um sapato de um pé esquerdo sobre a marca
registrada na porta arrombada, cujo chute partiu de um pé direito.
"Foi
um lapso", afirmou o perito, que, após o depoimento, ressaltou à
imprensa que o restante do exame e as demais sobreposições de imagens
usadas para comprovar a compatibilidade do sapato de Rugai com a marca
na porta estavam corretos. "Esse laudo é uma piada, e uma piada de mau gosto. É um erro gravíssimo, que eles querem tentar diminuir".
Já o advogado Thiago Anastácio, que representa Gil
Rugai, destacou - ainda em plenário e para que os jurados ouvissem - que
foi este exame o que fez com o réu passasse um longo período na prisão,
antes mesmo de ser condenado. "Ele passou três anos na prisão por causa
desse laudo", afirmou o advogado de defesa.
O perito do IC explicou, no entanto, que o vídeo de
realidade virtual não é o único elemento que compôs o material da
perícia, nem tampouco o que levou o órgão a concluir que Gil Rugai teria
sido o autor do chute. Segundo ele, além desse material, foram feitas
outras sobreposições de imagens comparando os pés de Rugai com a marca
encontrada na porta, exames de biomecânica e, por fim, um exame médico
no réu.
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