terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Perito admite 'lapso' em laudo que ajuda a incriminar Gil Rugai

O perito criminal Adriano Yssamu Yonanime, do Instituto de Criminalística de São Paulo, admitiu na noite desta segunda-feira, primeiro dia do julgamento do publicitário e ex-seminarista Gil Rugai, 29 anos, que há um erro no laudo que aponta o réu como autor do arrombamento da porta da sala onde o pai dele, Luiz Carlos Rugai, foi morto em 28 de março de 2008. Embora afirme ter "certeza" de que o pé, a estatura e o tipo físico do acusado sejam "compatíveis" com a marca de sapato encontrada na porta do imóvel, o perito admitiu que no vídeo chamado de "realidade virtual" foi sobreposto um sapato de um pé esquerdo sobre a marca registrada na porta arrombada, cujo chute partiu de um pé direito. 


"Foi um lapso", afirmou o perito, que, após o depoimento, ressaltou à imprensa que o restante do exame e as demais sobreposições de imagens usadas para comprovar a compatibilidade do sapato de Rugai com a marca na porta estavam corretos. "Esse laudo é uma piada, e uma piada de mau gosto. É um erro gravíssimo, que eles querem tentar diminuir".


Já o advogado Thiago Anastácio, que representa Gil Rugai, destacou - ainda em plenário e para que os jurados ouvissem - que foi este exame o que fez com o réu passasse um longo período na prisão, antes mesmo de ser condenado. "Ele passou três anos na prisão por causa desse laudo", afirmou o advogado de defesa.


O perito do IC explicou, no entanto, que o vídeo de realidade virtual não é o único elemento que compôs o material da perícia, nem tampouco o que levou o órgão a concluir que Gil Rugai teria sido o autor do chute. Segundo ele, além desse material, foram feitas outras sobreposições de imagens comparando os pés de Rugai com a marca encontrada na porta, exames de biomecânica e, por fim, um exame médico no réu.

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