Grupos feministas prometem realizar uma manifestação
nesta segunda-feira (5) em frente à galeria ACBEU, no Corredor da
Vitória, em protesto contra a agressão a uma jovem por um segurança do
local.
"Pelo fim do machismo e da lesbofobia. As
companheiras agredidas estão convocando um ato segunda-feira (4), às
16h, no Corredor da Vitória", diz o texto compartilhado nas redes
sociais.
O casal de namoradas Roberta Nascimento e Talita
Andrade acusa um segurança do teatro Acbeu de agressão na noite da
última sexta (1). Elas acompanhavam o lançamento da exposição
"Mutantes" quando, no fim da mostra, tentaram ir ao banheiro.
Conforme alegam, o segurança tentou impedir o acesso
delas ao sanitário, dizendo que o lugar estava "fechado" e que a
exposição tinha acabado.
Ainda assim, insistiram e foram seguidas pelo
segurança. Agressivo, ele tentou mais uma vez impedir as jovens, quando
um outro visitante da exposição percebeu o comportamento do
funcionário e tentou refreá-lo.
"Ele falou para o segurança nos deixar em paz e
foi agredido", conta Talita, afirmando que tentou conter o segurança,
que bateu nela. "Ele também agrediu Roberta e empurrou mais algumas
meninas".
Roberta recebeu um soco no olho, que ficou inchado e
completamente roxo, e precisou ser atendida no Hospital Português.
Neste sábado (2), ambas prestaram queixa na delegacia e fizeram exame de
corpo de delito no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IML), além
de tomar vacina antitetânica por causa dos ferimentos.
Ao
CORREIO, Talita diz acreditar que a confusão foi motivada por homofobia.
"Estávamos tranquilas na festa, dançando e nos beijando, como fazemos
em muitos lugares", relata. "Nunca pensei que fôssemos passar por isso.
Talvez no máximo uma agressão verbal, mas nada desse tipo".
Ela afirma ainda que a própria negativa do segurança
em deixar o casal ir ao banheiro pode ser interpretado como um sinal
de que as ações foram motivadas por preconceito. "Nossas amigas pediram
para ir ao banheiro e cinco minutos depois nós pedimos e ele não
deixou. Não sou ingênua a ponto de não fazer essa ligação", disse. As
jovens ainda alegam que o segurança desapareceu após o ocorrido e teria
prestado queixa contra elas em uma delegacia, depois de rasgar a
própria roupa e se autoflagelar.
À TV Bahia, o Acbeu afirma que houve uma "agressão
mútua" e que na segunda-feira (4) a diretoria do espaço irá se reunir
para decidir como proceder em relação ao caso. A administração da
galeria também salienta que pagou o tratamento de Roberta no hospital. O
caso será investigado pela 14ª Delegacia Territorial (Barra).


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