A Ouvidoria do Conselho Nacional de
Justiça (CNJ) afirmou nesta segunda-feira que recebeu mais de 15 mil
reclamações contra decisão da Justiça Estadual do Acre de suspender
pagamentos e novas adesões ao negócio conhecido como TelexFree (empresa
Ympactus Comercial Ltda.).
Para evitar novas
manifestações sobre o assunto, o CNJ fixou na página inicial de seu site
um recado explicando que não tem competência constitucional para rever
ou modificar decisões judiciais. O Ministério da Justiça afirmou na
sexta-feira que vai investigar a empresa TelexFree por indícios de
formação de pirâmide financeira.
O esquema de
pirâmide é caracterizado quando o organizador da empresa remunera seus
antigos sócios com taxas de adesão de cobra dos novos sócios, e não com o
lucro do empreendimento. A TelexFree oferece para seus sócios uma
percentagem de vendas de produtos anunciados pelo sócio em sites
gratuitos de propaganda.
O CNJ só examina decisão
judicial se houver falha disciplinar do juiz e só depois de exame feito
pela corregedoria do tribunal. "Decisões tomadas pelo Judiciário em
processo sobre a atuação da empresa TelexFree devem ser atacadas, se for
o caso, por meio dos recursos processuais apropriados, a serem
interpostos no processo respectivo", afirmou a CNJ.
No
próprio site da empresa já consta um aviso de que a Justiça do Acre
proibiu novas adesões à TelexFree sob pena de R$ 100 mil a título de
multa por nova adesão. Segundo o ministério, a empresa estaria ofendendo
os princípios básicos do Código de Defesa do Consumidor, como o dever
de transparência e boa-fé nas relações de consumo, além de veiculação de
publicidade enganosa e abusiva.
Caso seja
confirmada a violação aos direitos e garantias previstos no Código de
Defesa do Consumidor, a empresa poderá ser multada em cerca de R$ 6
milhões. Nenhum representante da TelexFree foi encontrado para se
posionar sobre a decisão do ministério.
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