O psicólogo e ator Vinícius Romão de Souza, 27 anos,
está preso desde 10 de fevereiro após ser acusado de roubo, informou a
rádio Globo nesta segunda-feira (24). O caso do artista, que atuou em
2012 na novela Lado a Lado, da TV Globo, gerou comoção na web,
já que ele teria sido detido injustamente depois de ser confundido com o
verdadeiro assaltante. Conhecidos de Vinícius afirmam que este é mais
um caso de preconceito racial, pois o ator é negro.
De acordo com a reportagem, o incidente aconteceu na
noite de 10 de fevereiro, quando a copeira Dalva Maria da Costa foi
assaltada em um ponto de ônibus na rua Amaro Cavalcanti, no Méier, zona
norte do Rio de Janeiro. O criminoso, segundo ela, levou sua bolsa com
carteira, celular e outros pertences. Minutos depois, Dalva, que
permaneceu chorando no local, foi abordada por um homem que se
identificou como policial Freitas, e que a chamou para entrar em seu
automóvel.
Em um viaduto próximo, os dois avistaram Vinícius Romão,
e Dalva o identificou como sendo o ladrão. Segundo a rádio Globo, o
ator estava voltando de seu trabalho como vendedor em um shopping na
região, função que ele desempenha para complementar a renda. Após o
reconhecimento de Dalva, o policial Freitas imediatamente sacou a arma e
revistou Vinícius, que não estava com nenhum dos pertences da vítima.
Mesmo sem portar os objetos da vítima, o ator foi
algemado, encaminhado ao 25º Distrito Policial do Engenho Novo, e
registrado como flagrante. Em seguida, ele foi levado à Casa de Detenção
Patrícia Acioli, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio, onde
ainda se encontra preso.
Segundo o advogado de Vinícius, Nogueira de Abreu, não é
incomum esse tipo de arbitrariedade por parte da polícia,
principalmente quando se trata de pessoas negras. “O que houve, na
realidade, foi um reconhecimento precipitado, que não foi apurado”.
Nogueira ainda relatou que a liberdade provisória do
artista foi solicitada, mas que o juíz responsável pelo caso não se
manifestou até o momento em relação a nenhum requerimento feito pela
defesa – o advogado também solicitou gravações de uma câmera localizada
em frente ao ponto de ônibus em que Dalva foi abordada.
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