Há quem não acredite, mas Carlinhos Brown completou 51 
anos recentemente. No Carnaval de 2014, contará 35 carnavais. Sua 
produtividade musical e intensa atividade nos campos da cultura e das 
articulações sociais, entretanto, refletem a personalidade jovem e cheia
 de energia.
No Brasil e no mundo, ele ganhou uma visibilidade que 
não era esperada para um menino cheio de irmãos, nascido em família 
pobre. Ainda pequeno, foi “adotado musicalmente” pelo mestre de 
percussão Pintado do Bongô e, antes dos 10 anos, a habilidade com os 
instrumentos já chamava atenção, carregadas da sabedoria das células 
percussivas do candomblé.
Profissionalmente, estreou na banda de rock Mar Revolto 
em 1979 e, poucos anos depois, já era um dos percussionistas e 
compositores mais requisitados do País. Sua trajetória inclui trabalhos 
com Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gal Costa, Erasmo Carlos, Cássia 
Eller, Elza Soares, Marisa Monte, Arnaldo Antunes, além de um sem número
 de artistas da axé music, que ele ajudou a criar.
Mas Brown quis mais. Se envolveu com causas culturais e 
sociais e, desde os anos 2000, consolidou sua marca internacionalmente. 
Em 2013, lançou mais uma de suas ideias inovadoras: o afródromo, que 
considera equivalente ao sambódromo do Rio e ao bumbódromo de Belém. Por
 enquanto, o projeto desfila no Circuito Osmar (Campo Grande) do 
Carnaval de Salvador, mas o Cacique do Candeal garante que isso é só uma
 parte do que acontecerá.
“Nem de longe é o que queremos. A cultura negra que construiu essa cidade e esse Carnaval quer o próprio espaço. Queremos autonomia, liberdade de ação para as comunidades”, garante.

 
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