“Mandela chegou, Salvador”, anunciou o vocalista do
Psirico, Marcio Vitor, que usava inclusive uma peruca branca alusiva aos
cabelos grisalhos do ex-presidente da África do Sul.
“Eu queria prestar uma homenagem a uma pessoa muito
especial. Mandela deixou um legado muito importante para todos nós, por
dizer não ao apartheid racial, não ao apartheid social. Por isso, nós
vamos fazer deste um Carnaval do não preconceito”, pregou o vocalista,
autor do hit do momento, Lepo Lepo.
Sem os cordões, o trio recebeu o nome de “arrastão do
povo”, nas palavras de Marcio Vitor. “A intenção do arrastão é retribuir
ao povo o amor e sucesso que tivemos graças a ele. De nada adiantava a
gente vir aqui e querer lucrar em cima de vocês. Por isso a gente
decidiu fazer o trio de graça”, afirmou o cantor, arrancando aplausos da
multidão.
Ao entoar Lepo Lepo, o vocalista não conteve as
lágrimas e, ao final, exaltou "o povo da favela": "é o melhor do
Brasil". "O trabalho foi duro pra chegar até aqui", continuou Márcio,
que recebeu em troca muitos gritos de "já ganhou", em referência ao
título de música do Carnaval.
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