A demanda dos jogadores por melhorias no vôlei nacional
começa a causar movimentação na Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). A
entidade que comanda o esporte no País já se mexe em busca de mudanças
para a modalidade e promete novidades, principalmente quanto à questão
dos patrocínios, para breve – uma reunião com a Rede Globo foi feita
recentemente, mas a questão do nome dos patrocinadores, eternamente
criticada por atletas, dirigentes e empresários, não entrou em pauta.
“Tive uma reunião com o marketing da Globo e um dos
assuntos discutidos eram as propriedades de quadra. A reunião foi boa, a
Globo viu com bons olhos para chegar em um denominador comum, uma
posição que fique confortável para todos os clubes como também para o
campeonato”, comentou ao Terra Renan Dal Zotto, gestor de marketing da CBV e do comitê organizador da Superliga.
Atualmente, quase todas as propriedades de quadra – como
placas de publicidade (com exceção do fundo de quadra), adesivos,
postes, uniformes de árbitro e gandulas, entre outras – pertencem à CBV.
Tais publicidades entram em um "Pacote Superliga", comercializado pela
entidade com a Rede Globo, detentora dos direitos de transmissão. Os
clubes ficam com o patrocínio no nome da equipe e no uniforme, além de
placas no fundo de quadra. Muito pouco, na visão de jogadores, que pedem
mais publicidade nas mãos das equipes que defendem.
Um ponto crítico também questionado por clubes e atletas
é o fato da emissora que compra os direitos da Superliga, no caso o
grupo Globo, não falar o nome das equipes em transmissões de jogos. A
CBV, contudo, faz vista grossa para a demanda de seus filiados e diz que
o assunto nem entrou em pauta nas reuniões recentes com o conglomerado
de comunicação.
"Isso não quero entrar no mérito. Isso é uma regra do
jogo que não mudou, todo mundo que entra no voleibol já sabe: funciona
desta maneira. É uma coisa que ficou já convencionada e nem entrou em
pauta. Isso é uma discussão muito maior que não vai se decidir, não vai
ser de uma hora para outra", disse Dal Zotto. Procurada pelo Terra, a Globo não respondeu sobre o assunto até a publicação desta reportagem.
Outro fato que causou revolta recente dos atletas contra
a televisão foi a decisão da Rede Globo de não transmitir a final da
Copa do Brasil para todo o território brasileiro - o Estado de São Paulo
assistiu ao jogo Santos x Corinthians, pela final da Copa São Paulo de
Futebol Júnior. Na época, jogadores como William e Éder reclamaram publicamente, por redes sociais contra a atitude da emissora. A crítica dos jogadores, feito por Éder pelo Twitter e por Thiago Sens ao Terra, é de que a CBV aceita todas as condições que a Globo impõe.
Apesar de esbarrar em contratos, a CBV já mostra, com
reuniões recentes, estar em busca de uma resposta às demandas dos
jogadores. Além da reunião com a Globo por mudanças na divisão de
patrocínios da entidade, a federação também já começa a pensar também em
mudanças no rankeamento dos times para tentar deixar a Superliga mais
parelha, outra reclamação dos atletas, mas já avisa: "o fator financeiro
sempre vai pesar neste sentido".
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