Mesmo com a chuva que caiu no Espírito Santo nos últimos dias, o estado ainda amarga os prejuízos causados pela seca. O nível dos rios continua baixo e, como consequência da longa estiagem, a economia capixaba ainda não conseguiu de restabelecer. À exemplo, o estado já perdeu mais de 30% da safra de café Conilon por causa da seca. O governo capixaba também calcula um prejuízo de um R$ 1,7 bilhão na agropecuária.
O leito do rio Santa Maria, que abastece a Grande Vitória, está seco. Em fevereiro, a vazão ficou em 14% do normal para esta época do ano. A nascente que passava perto da casa da dona de casa Erenilda Shchumacher quase secou. Agora, o jeito é pegar água no poço da vizinha. “Nossa água está escassa, tem pouca água, e água de beber a gente não tá tendo”, disse.
No campo, a água para irrigação também acabou. Plantações de frutas e verduras estão perdidas. Nos cafezais, o grão secou no pé. O Espírito Santo, que é o maior produtor de café Conilon do país, já perdeu mais de 30% da safra por causa da seca. A produção de leite também está comprometida. No Sul do estado, o caminhão pipa leva água para o gado em 60 fazendas.
O governo capixaba calcula um prejuízo de um R$ 1,7 bilhão na agropecuária. “Estamos negociando junto ao Ministério da Fazenda no sentido de adiar as dívidas dos produtores rurais. Essa vai ser a medida mais importante a ser tomada porque alivia o bolso do produtor, as parcelas que ele teria que tirar da conta bancária dele para pagar o banco ele pode usar para manutenção da propriedade rural”, explica o secretário estadual de Agricultura, Octaciano Neto.
Ao todo, 35 municípios já decretaram situação de emergência por causa da seca. E em algumas cidades, o desperdício pode provocar multa. Em Vila Velha, pelo menos R$ 62 devem ser pagos pelo morador flagrado usando mangueira para jogar água e lavar a calçada da casa. Os fiscais da prefeitura também visitaram 33 lava-jatos. A ordem é evitar mangueira e usar balde para lavar os carros.
Nos últimos dias, choveu em algumas cidades dos estado. Mas o nível dos rios ainda está muito baixo. Na cidade de Colatina, no Noroeste do estado, a retroescavadeira entrou no Rio Doce para tirar areia e facilitar a captação da água. "Antes a gente nunca precisou e agora a gente está precisando colocar um máquina dentro do rio para captar água, é lamentável", desabafou o motorista Francisco Barbieri.
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