terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

C. Brown sobre Salvador: comunidade não é mais protagonista

Há quem não acredite, mas Carlinhos Brown completou 51 anos recentemente. No Carnaval de 2014, contará 35 carnavais. Sua produtividade musical e intensa atividade nos campos da cultura e das articulações sociais, entretanto, refletem a personalidade jovem e cheia de energia.

No Brasil e no mundo, ele ganhou uma visibilidade que não era esperada para um menino cheio de irmãos, nascido em família pobre. Ainda pequeno, foi “adotado musicalmente” pelo mestre de percussão Pintado do Bongô e, antes dos 10 anos, a habilidade com os instrumentos já chamava atenção, carregadas da sabedoria das células percussivas do candomblé.

Profissionalmente, estreou na banda de rock Mar Revolto em 1979 e, poucos anos depois, já era um dos percussionistas e compositores mais requisitados do País. Sua trajetória inclui trabalhos com Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gal Costa, Erasmo Carlos, Cássia Eller, Elza Soares, Marisa Monte, Arnaldo Antunes, além de um sem número de artistas da axé music, que ele ajudou a criar.

Mas Brown quis mais. Se envolveu com causas culturais e sociais e, desde os anos 2000, consolidou sua marca internacionalmente. Em 2013, lançou mais uma de suas ideias inovadoras: o afródromo, que considera equivalente ao sambódromo do Rio e ao bumbódromo de Belém. Por enquanto, o projeto desfila no Circuito Osmar (Campo Grande) do Carnaval de Salvador, mas o Cacique do Candeal garante que isso é só uma parte do que acontecerá.

“Nem de longe é o que queremos. A cultura negra que construiu essa cidade e esse Carnaval quer o próprio espaço. Queremos autonomia, liberdade de ação para as comunidades”, garante.

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