quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Organização quer colonizar Marte com reality show; cientistas desconfiam

Levar o homem a Marte, principiar a colonização do planeta e pagar pela expedição com dinheiro oriundo de um reality show. E isso em 2023, daqui a apenas uma década. Parece absurdo? A MarsOne, uma organização holandesa, não governamental e sem fins lucrativos, discorda. A ideia foi lançada em 2011, e o processo de seleção de astronautas começa ainda no primeiro semestre deste ano. De acordo com a empresa, o diferencial das missões é que não haverá retorno. Com isso, toda a tecnologia para levar e manter humanos em Marte já existe. E aspirantes a colonizadores, aparentemente, não faltam: antes que os critérios de seleção fossem anunciados, no início de janeiro, mais de mil pessoas já haviam enviado e-mail se candidatando.


A iniciativa conta com o apoio de cientistas como Gerard Hooft, holandês premiado com o Nobel de Física em 1999.  E ele não está sozinho. Buzz Aldrin, o segundo homem a pisar na Lua, é um dos entusiastas da ideia de colonizar Marte. Entre as contribuições científicas do astronauta após regressar à Terra, encontra-se o conceito da Aldrin Mars Cycler, trajetória orbital para facilitar o percurso até o planeta vermelho. Finda sua experiência na Nasa e na Força Aérea, Buzz principiou uma campanha em prol da conscientização da população e do governo americano da importância dos investimentos na exploração espacial. 


Em seu site, Aldrin dedicava uma mensagem especial às crianças, com o intuito de despertar-lhes a curiosidade pelo espaço: “Você será uma das primeiras pessoas a pisar em Marte? Você pode até ser um dos primeiros a colonizar Marte! Mas não pare por aí. Você pode ir para Vênus, para os anéis de Saturno ou para as luas de Júpiter - além do que seus olhos podem ver e até onde sua mente pode imaginar. Mire as estrelas! Do seu amigo, Buzz Aldrin”.


A forma encontrada para financiar o projeto é curiosa: a realização de um reality show que apresentaria à Terra o início da colonização do planeta vermelho. Conforme o fundador da companhia, Bas Lansdorp, baseado nos números da audiência dos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres, a missão se pagaria facilmente. Apesar de ainda não se ter detalhes de todo o orçamento, Lansdorp revelou, em entrevista ao Terra, que o gasto não passará de US$ 6 bilhões, e um levantamento feito com prováveis fornecedores prevê que o maior investimento será no desenvolvimento de tecnologias para manter humanos vivos em Marte.

Nenhum comentário: