"Perdoar? Meu marido está indo embora, eles destruíram
uma família, uma família que era unida, muito unida mesmo. Os médicos
disseram que o estado dele é grave. De manhã (no domingo) disseram que
teriam desligado os aparelhos porque estavam somente aguardando ou um
milagre ou a morte cerebral", desabafou ela.
"Meu marido está indo embora", afirmou a mulher do
cinegrafista atingido em ato no Rio. "O que mais me deixa triste é
porque ele estava fazendo trabalho para mostrar para mundo, não estava
fazendo trabalho para ele. E ele mesmo não vai ver", lamentou. Ela ainda
pediu paz nas próximas manifestações. "Peço para que as pessoas nas
manifestações não sejam violentas, isso não vai levar a nada", completa
Arlita Andrade.
O cinegrafista cobria uma manifestação na Central do
Brasil contra o aumento da passagem de ônibus de R$ 2,75 para R$ 3, que
começou a vigorar no sábado no Rio de Janeiro, e acabou ferido por uma
bomba identificada pela polícia como sendo do tipo rojão de vara. Ele
continua em estado muito grave, segundo informação da Secretaria
Municipal de Saúde. De acordo com a Secretaria, Andrade continua no
centro de tratamento intensivo (CTI) do Hospital Souza Aguiar e seu
quadro de saúde não apresenta melhora.
O delegado Maurício Luciano, titular da 17ª Delegacia de
Polícia e responsável pelas investigações, disse que Fábio já foi
indiciado por tentativa de homicídio qualificado e crime de explosão e
que a pena pode chegar a 35 anos de reclusão caso o cinegrafista não
resista aos ferimentos. Ele teve afundamento do crânio e perdeu parte da
orelha esquerda.
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