quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Caça sueco garante economia e transferência de tecnologia, diz analista

A escolha do governo brasileiro pelos caças do modelo Gripen NG, da sueca Saab, é a chance de o Brasil garantir economia nos custos de operação da aeronave e transferência de tecnologia - já que o modelo, em desenvolvimento, tem hora/voo avaliada em US$ 4 mil a US$ 6 mil e tem as estruturadas projetadas pela AKAER, de São José dos Campos (SP).

A avaliação é do analista Nelson During, editor do portal Defesa Net, que há 15 anos se dedica a assuntos de defesa e estratégia. A empresa tem sede em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre (RS).

Para o analista, o modelo sueco, anunciado nesta quarta-feira pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, é o único, dentre os três analisados - o francês Rafale (Dassault) e o americano F-18 Super Hornet (Boeing) -, que ainda não está pronto.

"A FAB (Força Aérea Brasileira) optou há muito tempo pelo Gripen e vinha insistindo nessa decisão. É o único dos três modelos que ainda permite a participação da indústria nacional, e, com isso, a transferência de tecnologia. A brasileira AKAER, por exemplo, há dois anos projeta as estruturas dessa aeronave", observou During. De acordo com ele, as forças aéreas da Suécia e da Suíça já haviam optado pelo mesmo modelo. "É um grupo de países participando do desenvolvimento. A própria Embraer tem interesse, por exemplo, em asas em fibra de carbono", completou.

Segundo o analista, o modelo francês, preferido na gestão Lula, tem custo de operação de até US$ 15 mil - mais que o dobro do Gripen; o modelo norte-americano tem hora/voo estimada entre US$ 10 mil e US$ 14 mil. "Além do custo de operação, que envolve desde combustível e reposição de peças, o custo de aquisição do Gripen também é menor", destacou.

As discussões sobre a aquisição de 36 aeronaves de combate se arrastam por mais de dez anos e a decisão vinha sendo adiada sob argumento de falta de orçamento. Segundo Amorim, a compra totalizará um gasto de US$ 4,5 bilhões (R$ 10,47 bilhões) até 2023.

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