A escolha do governo brasileiro pelos caças do modelo
Gripen NG, da sueca Saab, é a chance de o Brasil garantir economia nos
custos de operação da aeronave e transferência de tecnologia - já que o
modelo, em desenvolvimento, tem hora/voo avaliada em US$ 4 mil a US$ 6
mil e tem as estruturadas projetadas pela AKAER, de São José dos Campos
(SP).
A avaliação é do analista Nelson During, editor do
portal Defesa Net, que há 15 anos se dedica a assuntos de defesa e
estratégia. A empresa tem sede em Canoas, na região metropolitana de
Porto Alegre (RS).
Para o analista, o modelo sueco, anunciado nesta
quarta-feira pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, é o único, dentre os
três analisados - o francês Rafale (Dassault) e o americano F-18 Super
Hornet (Boeing) -, que ainda não está pronto.
"A FAB (Força Aérea Brasileira) optou há muito tempo
pelo Gripen e vinha insistindo nessa decisão. É o único dos três modelos
que ainda permite a participação da indústria nacional, e, com isso, a
transferência de tecnologia. A brasileira AKAER, por exemplo, há dois
anos projeta as estruturas dessa aeronave", observou During. De acordo
com ele, as forças aéreas da Suécia e da Suíça já haviam optado pelo
mesmo modelo. "É um grupo de países participando do desenvolvimento. A
própria Embraer tem interesse, por exemplo, em asas em fibra de
carbono", completou.
Segundo o analista, o modelo francês, preferido na
gestão Lula, tem custo de operação de até US$ 15 mil - mais que o dobro
do Gripen; o modelo norte-americano tem hora/voo estimada entre US$ 10
mil e US$ 14 mil. "Além do custo de operação, que envolve desde
combustível e reposição de peças, o custo de aquisição do Gripen também é
menor", destacou.
As discussões sobre a aquisição de 36 aeronaves de
combate se arrastam por mais de dez anos e a decisão vinha sendo adiada
sob argumento de falta de orçamento. Segundo Amorim, a compra totalizará
um gasto de US$ 4,5 bilhões (R$ 10,47 bilhões) até 2023.
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