Além de Arruda e Jaqueline Roriz, foram condenados o marido da deputada, Manoel Costa de Oliveira Neto, e o delator do esquema, Durval Rodrigues Barbosa - que, por ter colaborado com a investigação em acordo de delação premiada, teve a pena extinta.
À exceção de Durval, os réus terão que ressarcir
integralmente os cofres públicos o dano estimado em R$ 300 mil, assim
como os valores dispendidos pelo erário público com a contratação de
rádios Nextel usados no esquema. Além disso, tiveram os direitos
políticos suspensos por oito anos e, por consequência, ficam proibidos
de ocupar cargo público pelo mesmo período. Os réus terão ainda de pagar
multa equivalente a duas vezes o valor do dano causado ao erário (cerca
de R$ 600 mil), com juros e correção monetária a partir do trânsito em
julgado da ação; ficam proibidos de assinar contratos com o Poder
Público pelo prazo de cinco anos; e terão de pagar R$ 200 mil, cada, a
título de pagamento de danos morais.
Na ação, o Ministério Público acusa os réus Jaqueline
Roriz e Manoel Neto de receberem propina das mãos de Durval Barbosa para
apoiar a candidatura de José Roberto Arruda ao cargo de governador do
Distrito Federal. Em depoimento prestado na 2ª Vara da Fazenda Pública,
Durval Barbosa, delator do esquema de corrupção, confirmou todas as
acusações.
Segundo ele, em 2006, quando era Secretário de Estado
para Assuntos Sindicais, recebeu em seu gabinete Jaqueline Maria Roriz e
seu marido, momento em que lhes entregou R$ 50 mil em propina. Na
ocasião, segundo Durval, o casal lhe solicitou ainda "três a cinco
rádios Nextel" para serem utilizados na campanha eleitoral de Jaqueline.
Em outra oportunidade, Manoel Neto esteve novamente em
seu gabinete e recebeu os rádios solicitados, bem como outra quantia em
dinheiro. O delator acrescentou que os valores entregues tinham como
objetivo garantir apoio político da então candidata a deputada distrital
Jaqueline Maria Roriz, ao então candidato a govenador José Roberto
Arruda. Ainda segundo Durval Barbosa, o compromisso de Jaqueline Roriz
consistia em "não pedir votos" em apoio da coligação da candidata Maria
de Lourdes Abadia, adversária de Arruda.
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