A irmã da estudante Bruna Barboza Lino, 19 anos, que
morreu no domingo após cair em um fosso de elevador em um prédio
abandonado na Universidade de São Paulo (USP), criticou nesta
segunda-feira o "descaso" da instituição com o acidente. Bárbara Barboza
Lino afirmou que a universidade sequer procurou a família da jovem, e
disse que irá procurar um advogado para cobrar punições pela morte de
Bruna.
O corpo da estudante de Letras foi enterrado no final da
manhã desta segunda-feira, no Cemitério Vila Paulicéia, em São Bernardo
do Campo, na região metropolitana de São Paulo. Bruna estava com os
amigos no local após ter saído de uma festa na própria Cidade
Universitária. Apesar de fechado com portões e cadeados, o prédio -
localizado ao lado do Paço das Artes, na entrada principal da USP - é
frequentemente utilizado pelos estudantes como local de encontros e de
festas, já que eles entram por um buraco feito na grade.
Segundo amigos de Bruna, a jovem se distanciou do grupo
para procurar um banheiro. Eles disseram que ouviram um grito e, em
seguida, encontraram a estudante caída no buraco. Quando a polícia chegou ao local, a estudante já estava morta.
O prédio onde ocorreu o acidente pertence ao Instituto
Butantan, que informou em nota que o imóvel é "cercado por muros e
grades". Em nota, a USP disse que "lamenta profundamente o falecimento
da estudante".
A irmã de Bruna, porém, não se contenta com as
explicações. "Estamos revoltados com o descaso em relação aos órgãos
competentes. Quem é o dono do prédio, o (Instituto) Butantan e a USP? Por ser uma aluna da USP e o prédio ser frequentado por alunos da USP, (a universidade)
deveria dar uma satisfação. Eu, como família, pretendo procurar
advogado, qualquer tipo de pessoa que possa me auxiliar para encarar
esse fato da melhor forma possível. Até agora, ninguém se pronunciou,
nenhum responsável pelo prédio entrou em contato comigo. Queremos
justiça", disse Bárbara.
Bruno Barros, 21 anos, amigo da jovem, criticou a falta
de sinalização no local. Ele tentou ajudar a estudante ao saber que ela
tinha caído no fosso, e disse que Bruna estava sóbria no momento do
acidente.
"Não tem sinalização nenhuma. O portão estava aberto, escancarado", afirmou Bruno. "Eu liguei para o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
Disse que minha amiga tinha caído de três andares e me perguntaram o
número do endereço. Eu não sabia o número porque é um local abandonado.
Eles desligaram na minha cara. Isso não é omissão, é uma puta falta de
vontade. Estamos a cinco minutos do hospital universitário e demoraram
25 minutos para chegar", disse o amigo de Bruna.
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