A disputa por imóveis não ocupados do programa Minha
Casa, Minha Vida entregues pela presidente Dilma Rousseff em 15 de
outubro deste ano acabou em morte nesta segunda-feira, dia 30, em
Vitória da Conquista (BA). A vítima foi o desempregado Alan Souza
Damasceno Lima, 21, que, segundo a polícia, ocupava um imóvel do
Condomínio Pau Brasil, onde 49 casas vazias já foram invadidas desde a
última sexta-feira.
Alan foi morto quando o suposto dono do imóvel ocupado
por ele foi até a residência tentar recuperar a posse do local. Houve
discussão, seguida de agressões verbais. Depois, o suposto dono do
imóvel sacou uma arma e disparou contra Alan, que ainda correu, mas
acabou morrendo no quintal de um vizinho. Ao todo, a vítima recebeu
cinco tiros. O criminoso pegou carona em uma moto e fugiu.
O assassinato de Alan foi o segundo homicídio no conjunto habitacional. Moradores do local se negaram a falar sobre o crime.
Segundo a Polícia Civil, Alan vinha participando de
manifestações que os moradores locais têm feito por causa da
precariedade nos serviços de fornecimento de água e da falta de
segurança. Em um desses atos, um mês depois que Dilma entregou as casas,
um ônibus coletivo foi queimado.
De acordo com residentes do conjunto, duas pessoas foram
baleadas no bairro em um tiroteio há duas semanas. "Viver aqui é uma
humilhação, já ficamos até oito dias sem água. Espero meu cartão do
Minha Casa, Melhor há 30 dias", reclamou a dona de casa Sheila Franzilo,
30.
Surpresa
A atendente de lanchonete Érica Pereira, 20, teve uma desagradável surpresa quando chegou nesta segunda-feira e viu seu imóvel ocupado. "A mulher disse que não ia sair e que era pra eu chamar a polícia, e é isso que vou fazer, prestarei uma queixa", afirmou ela, que recebeu a casa há mais de um mês.
A atendente de lanchonete Érica Pereira, 20, teve uma desagradável surpresa quando chegou nesta segunda-feira e viu seu imóvel ocupado. "A mulher disse que não ia sair e que era pra eu chamar a polícia, e é isso que vou fazer, prestarei uma queixa", afirmou ela, que recebeu a casa há mais de um mês.
Érica disse que não tinha se mudado pra casa ainda
porque tem uma filha e os pedreiros atrasaram a colocação de grades de
proteção nas janelas e portas. "Não ia me mudar para ficar na
insegurança", declarou.
Pessoas que resolveram entrar nas casas disseram que
fizeram isso pois, segundo eles, muitos dos beneficiários apareceram
apenas para pegar as chaves dos imóveis, mas não moram nos locais. No
sábado, os ocupantes chegaram a protestar por causa de um homem que
invadiu uma casa e foi preso depois de a dona chamar a polícia. Eles
chegaram a por fogo em móveis velhos na rodovia do anel viário da
cidade, que passa em frente ao condomínio. Segundo os ocupantes, há
cerca de 250 imóveis sem morador – a Caixa Econômica não soube informar o
total de imóveis sem residentes.
Ao todo, a presidente Dilma Rousseff entregou 1.750, divididos entre quatro conjuntos habitacionais.
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