A Justiça do Rio de Janeiro recebeu denúncia do
Ministério Público contra oito policiais da Coordenadoria de Recursos
Especiais (Core) da Polícia Civil do Estado. Eles são investigados pela
atuação durante operação na Favela do Rola, em Santa Cruz, zona oeste da
cidade, que terminou com cinco mortos em agosto de 2012.
Dois agentes responderão por homicídio duplamente
qualificado, cinco por fraude processual e um por ambos os crimes. Em
maio de 2013, um vídeo mostrou policiais da Core, após executarem
suspeitos em uma ação na Favela do Rola, arrastando corpos e modificando
o local das mortes em três momentos da operação. No final do ano
passado, promotores que cuidavam do caso pediram à Justiça seu
arquivamento. O juiz 1ª Vara Criminal da Capital Fabio Uchôa não
concordou e encaminhou o inquérito ao procurador-geral.
Ao reexaminar o inquérito, a Procuradoria entendeu que
os policiais Carlos Alexandre Santos, Mauro José Gonçalves e Victor
Coutinho Laccarino devem responder pela morte de Adalberto Santos da
Silva. Os agentes estavam em um dos helicópteros que participaram da
ação e, de acordo com as investigações, atiraram contra a vítima, que
estava correndo, em fuga.
Mauro também foi denunciado, junto com os policiais
André Luiz Ferrão da Cunha, Jair Corrêa Ribeiro, Maxwell Gomes Pereira,
Mario de Azevedo Mamede e Leonardo Guilherme Leite Kluppel, por fraude
processual, por terem alterado o local do crime.
A Procuradoria manteve o pedido de arquivamento em
relação às outras quatro mortes, por entender que os policiais agiram em
legítima defesa. Segundo o relatório, os suspeitos foram baleados
quando também atiravam contra os agentes. O juiz, por sua vez,
determinou o desmembramento do processo, a fim de que a manifestação do
Ministério Público pelo arquivamento em relação aos quatro homicídios
seja apreciada em procedimento próprio.
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