terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Após críticas e erros, Globo troca repórteres em Paris

Na segunda-feira (12), a Globo promoveu a troca de seus enviados especiais a Paris. André Luiz Azevedo voltou para sua base em Lisboa. Cecília Malan retornou ao escritório de Londres.
A cobertura do pós-atentados contra o jornal satírico Charlie Hebdo e o mercado judaico Hyper Casher foi assumida por Roberto Kovalick e Pedro Vedova.

O experiente Kovalick, na Globo há 25 anos, é atualmente o principal correspondente em Londres. Ele estava em férias na semana passada, quando o terror atingiu a capital francesa.

Vedova também faz parte da equipe na Inglaterra. Até domingo era exclusivo do canal pago GloboNews. Sua boa performance no relato dos fatos em Paris garantiu uma promoção.

Ontem, o jornalista estreou no Jornal Nacional. Foi anunciado como novo colaborador do principal telejornal da Globo.

O estilo de reportagem de Pedro Vedova agradou a cúpula de jornalismo da emissora. Produz matérias com linguagem de crônica.

Antes de se mudar para a Europa, ele virou manchete no Brasil. Nos protestos de junho de 2013 foi atingido na testa por uma bala de borracha, enquanto cobria o confronto entre a PM do Rio e alguns manifestantes.

Internamente, a troca de enviados especiais a Paris não está sendo vista como uma resposta às críticas que André Luiz Azevedo e Cecília Malan receberam pelo nervosismo demonstrado no vídeo e pontuais erros de informação.

Como ambos trabalharam ininterruptamente por cinco dias, desde o dia do atentado ao Charlie Hebdo até domingo, seria natural que fossem substituídos para evitar o esgotamento emocional.

Apesar de ter realizado um ótimo trabalho, principalmente com matérias gravadas, Cecília ganhou destaque na mídia e nas redes sociais apenas por sua reação de medo provocada por um barulho, perto do mercado judaico, durante um link no Jornal Hoje.

Já Azevedo marcou sua presença em Paris com um erro considerado grave, que o obrigou a se desculpar ao vivo no Jornal Nacional na edição de sábado (10).

Na sexta-feira, o correspondente havia mostrado a suposta primeira capa do Charlie Abdo após a morte dos cartunistas do jornal. Na verdade era uma capa de 2011. O jornalista foi traído pela ânsia de mostrar o material inédito em primeira mão. A verdadeira capa foi divulgada somente na segunda-feira (12).

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