terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Dilma defende ajuste fiscal e pede “batalha” pela comunicação

Em meio às críticas de centrais sindicais, da oposição e até mesmo de aliados ao ajuste fiscal anunciado pelo governo, a presidente Dilma Rousseff defendeu nesta terça-feira, 27, o pacote de medidas do Palácio do Planalto que, segundo ela, vai promover um “reequilíbrio fiscal para recuperar o crescimento da economia o mais rápido possível”.

Na primeira reunião ministerial do ano, Dilma pediu que os ministros façam “mais com menos”, cobrou eficiência e convocou a equipe a travar uma “batalha pela comunicação”, levando a posição do governo à opinião pública e assegurando que o Planalto não se distanciou um “milímetro” do projeto vencedor das eleições. “Os ajustes que estamos fazendo são necessários para manter o rumo, para ampliar as oportunidades, preservando prioridades sociais e econômicas do governo que iniciamos há 12 anos.

As medidas que estamos tomando e que tomaremos vão consolidar e ampliar um projeto vitorioso nas urnas por quatro eleições consecutivas e que estão ajudando a transformar o Brasil”, discursou Dilma, ao abrir a reunião ministerial na Granja do Torto. “Estamos diante das necessidade de promover um reequilíbrio fiscal para recuperar o crescimento da economia o mais rápido possível, criando condições para a queda da inflação e da taxa de juro no médio prazo, garantindo a geração de emprego e renda”, prosseguiu a presidente. “As mudanças que o País espera, precisa, para os próximos quatro anos dependem muito da estabilidade e da credibilidade da economia.”

De acordo com Dilma, as mudanças anunciadas pelo Palácio do Planalto “têm caráter corretivo” e são “estruturais”. “Vamos adequar o seguro desemprego, abono salarial, pensão por porte, auxílio-doença às novas condições socioeconômicas do País”, assegurou. “Reduzimos em 1/3 o limite orçamentário de todos os ministérios neste início de ano, lembro a cada um dos ministros que as restrições orçamentárias exigirão mais eficiência nos gastos, tarefa que - estou certa - todos executarão com excelência. Vamos fazer mais gastando menos”, cobrou Dilma.

Batalha
Ao falar da legislação trabalhista, Dilma pediu que os 39 ministros do governo “reajam aos boatos”, “travem a batalha da comunicação” e “levem a posição do governo à opinião pública”. “Sejam claros, precisos, se façam entender, não podemos deixar dúvidas. Quando, for dito, que vamos acabar com as conquistas históricas dos trabalhadores, respondam em alto e bom som: 'Não é verdade. Os direitos trabalhistas são intocáveis e não será o nosso governo que irá revogá-los'”, destacou. “Vamos falar mais, comunicar sobre os nossos desafios, nossas iniciativas e nossos acertos. Vamos mostrar a cada cidadão, a cidadã brasileira, que não alteramos num só milímetro o nosso projeto vencedor da eleição.”

A presidente também garantiu que está apoiando e continuará apoiando “de todas as formas” as questões referentes à crise hídrica na região Sudeste, com investimentos elevados do governo federal, mas ressaltou que constitucionalmente são os governos estaduais os responsáveis pelo abastecimento de água. Ao falar de energia elétrica, Dilma garantiu que o governo está tomando “todas as ações cabíveis” para o fornecimento de energia.

Petrobras
Sobre corrupção, Dilma prometeu que não irá transigir do compromisso com a “lisura do dinheiro público”, do combate aos malfeitos e da atuação livre de órgãos como a Polícia Federal e o Ministério Público, repetindo o mesmo tom de discurso adotado na campanha eleitoral de 2014. “Nunca o governo combateu com tamanha firmeza e obstinação a corrupção e a impunidade”, disse a presidente.

Dilma destacou que a Petrobras já passava por um “rigoroso processo de fiscalização” interno, criando mecanismos de governança e controles mais eficientes quando o maior esquema de corrupção da história da estatal foi deflagrado na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. “Temos de apurar com rigor tudo de errado que foi feito e criar mecanismos que evitem que fatos como esse se repitam”, disse. Dilma classificou a estatal como “a empresa mais estratégica para o Brasil, a que mais contrata e investe”, antes de afirmar que é preciso “saber punir sem desaquecer a Petrobras nem diminuir sua importância para o País”. “Teremos de continuar acreditando na mais brasileira das empresas, a Petrobras”, ressaltou. “

Toda vez que tentaram desprestigiar o capital nacional estavam tentando, na verdade, diminuir a sua competência, a sua concorrência, e não podemos deixar que isso ocorra.” A presidente disse que o combate à corrupção da principal empresa brasileira não pode “prejudicar a economia e os empregos”. Observou também que as empresas privadas envolvidas na Operação Lava Jato não devem ter suas atividades prejudicadas. “Punir, ser capaz de combater a corrupção, não pode significar a destruição de empresas privadas também. As empresas têm de ser preservadas, as pessoas que tem de ser punidas”, disse. “Seremos implacáveis na punição aos corruptores e aos corruptos”, garantiu.

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