A Justiça determinou a quebra dos sigilos bancários e fiscais do
ex-presidente da Câmara de Vereadores de Jequié, José Simões de
Carvalho, do ex-diretor Miguel Caricchio e do ex-tesoureiro da casa
legislativa José Ricardo de Oliveira. Eles são acusados de estabelecerem
um esquema fraudulento de empréstimos pessoais de funcionários da
Câmara à empresa Capemisa em 2008.
O juiz Tiberio Magalhães
acatou pedido liminar formulado pelo Ministério Público estadual, em
ação civil pública por ato de improbidade administrativa, que solicitava
também a indisponibilidade de bens dos denunciados até o limite de R$
216.727,38. Este é o valor calculado pelo MP do prejuízo material
causado aos cofres públicos.
A partir de agora, o processo tramitará em segredo de Justiça em razão da quebra dos dados bancários e financeiros.
Os
promotores de Justiça de Jequié, Rafael de Castro Matias e Maurício
Pessoa Gondim de Matos, ajuizaram a ação no último dia 5. O inquérito
civil identificou que o convênio, firmado em 31 de janeiro de 2000,
entre a Capemisa e a Câmara de Vereadores, tinha o objetivo de realizar
empréstimos consignados aos vereadores e servidores da casa legislativa.
A Câmara ficou obrigada a efetuar os descontos diretamente na
folha de pagamento do servidor e repassar à empresa o valor descontado,
além de atuar como avalista caso os pagamentos não fossem realizados
pelos mutuários, quando estes não recebessem seus vencimentos ou fossem
insuficientes para atender aos descontos.
De acordo com o
promotor Rafael Matias, diversas fraudes foram constatadas como emissão
fraudulenta de contra-cheque com valores maiores do que o salário real
para possibilitar a contratação de empréstimos com valores superiores a
30% do salário e declaração fraudulenta de existência de vínculo com a
Câmara de pessoas que nunca trabalharam na casa legislativa,
possibilitando que os acusados fizessem empréstimos em seus nomes.

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