sábado, 13 de abril de 2013

Mãe de jovem morto por menor em assalto lutará para mudar leis

A advogada trabalhista Marisa Riello Deppman, 49, mãe do estudante Victor Hugo Deppman, 19, assassinado na terça-feira em São Paulo, disse que quer transformar sua dor em combustível de uma luta para mudar a legislação brasileira. Ela lutará para a mudança do Código Penal e do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), entre outras leis. A redução da maioridade penal é um dos pontos que defende. 

“Tem que mudar o que está aí. Não dá mais conviver com essa insegurança. Não dá para achar que a insegurança é uma coisa normal e que deve estar no nosso dia a a dia. Isso é anormal. Não precisamos conviver com isso.” Ontem, o governador de São Paulo Geraldo Alckmin defendeu endurecimento das punições a menores infratores, cujo tempo máximo de internação é de três anos segundo o ECA. “É um absurdo uma pessoa que pode votar com 16 anos não responder pelos seus atos nessa mesma idade”, diz Marisa. 

Para ela, alterações legais impediriam, por exemplo, que uma pessoa condenada a 30 anos de prisão consiga a liberdade após cinco ou seis anos cumprindo a pena. “Cinco ou seis anos não vão pagar pela vida do meu filho. Nunca mais vou poder abraçar meu filho. E esse animal que matou meu filho não vai ficar nem três anos preso.” E continua. “Duvido que ele cumpra um ano. Vai estudar, se engajar em movimento religioso dentro da fundação. Depois, vai voltar para o nosso bairro e praticar o mesmo crime.” 

O filho da advogada foi morto na noite da última terça com um tiro no portão do prédio em que a família mora no Belém, zona leste da capital. O criminoso roubou o celular e atirou na cabeça dele após pegar o aparelho. Victor não reagiu ao assalto.O adolescente suspeito de matá-lo, que hoje fez 18 anos, foi internado na Fundação Casa (antiga Febem).

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