O senador Zezé Perrella (PDT-MG) fez um desabafo nesta
terça-feira na tribuna do Senado e condenou uma suposta tentativa de
“massacrar” seu filho, o deputado estadual Gustavo Perrella (SDD), com o
episódio da apreensão de mais de 400 kg de cocaína no helicóptero da
empresa do parlamentar. “Meu filho não conhece sequer droga”, disse o
senador em defesa do filho, num discurso que criticou atitudes “sacanas”
de parte da imprensa.
“Então, a verdade é essa e foi dita. Mas a imprensa,
quando não quer entender, quer ver sangue, quer massacrar. Meu filho não
conhecer sequer droga. (...) Tanto eu como meu filho lutamos contra as
drogas. Participei de campanha antidroga com o senador Magno Malta
(PR-ES) por várias vezes. O senador Magno possui em Minas Gerais alguns
abrigos antidrogas que a gente ajudou a vida inteira. Fizemos campanha
antidrogas, eu como presidente do Cruzeiro, juntamente com o Gustavo.
Isso faz parte, inclusive, da atividade dele como parlamentar”, disse o
senador.
“Eu fumo cigarros. O senador Magno Malta vive me
enchendo a paciência para largar. Não consegui, ainda, senador Magno,
mas o meu filho nem isso faz. Ele não bebe - às vezes, uma cervejinha
num churrasquinho”, reforçou Zezé Perrella.
Perrella criticou ainda a divulgação de que o
combustível da aeronave que transportou a droga foi pago com dinheiro da
Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Segundo ele, Gustavo usou R$ 14
mil durante todo o ano para abastecer o helicóptero, tendo sido
ressarcido pela última vez em outubro.
“O meu filho usou durante o ano inteiro
R$14 mil com abastecimento de aeronave. Quatorze mil durante o ano
inteiro, o ano inteiro. O último ressarcimento que ele teve foi no mês
de outubro. Sugeriram, inclusive, (informações) que esse voo da droga,
esse voo maldito foi feito com abastecimento de dinheiro público. Eu,
inclusive, como senador, já abasteci também. Não tenho o que negar. Usei
R$ 14 mil durante o ano inteiro. Poderia usar R$20 mil por mês. Se está
errado, que se mude o Regimento”, disse. “Então, quando eu vejo tudo
isso, dá vontade, senador Magno, realmente de largar a política, porque é
muito fácil jogar pedra”, acrescentou.
O senador explicou para os colegas que é normal realizar
pequenos fretes para custear a manutenção de aeronaves. Segundo ele,
Gustavo Perrella deu aval para o piloto do helicóptero realizar um frete
pelo qual receberia R$ 12 mil.
“O piloto, que trabalhava para o meu filho, deu um
depoimento no qual disse que meu filho não sabia de absolutamente nada;
que ele foi cooptado pelo copiloto, que era um conhecido dele, e que o
copiloto não trabalhava para o meu filho; que ele receberia R$104 mil
para fazer esse frete, dos quais ele ficaria com R$60 mil e o copiloto,
com R$44 mil. O delegado, em seguida, deu um depoimento para a imprensa
do Brasil inteiro dizendo que o Deputado Gustavo Perrela não constava
sequer como suspeito, que prestaria um depoimento como testemunha, já
que a aeronave o pertencia”, disse.
Para o senador, o noticiário ventilou depoimentos
desqualificados na tentativa de ligar a família ao tráfico de drogas.
“Então, quando eu vejo essas matérias, dá nojo até, às vezes, de mexer
com política. Dá nojo. Cinquenta manifestantes na porta da assembleia
jogando farinha. Cinquenta. Quer dizer, estão querendo transformar isso
num evento político, na base da sacanagem de quem não merece”, disse.
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