A ministra Isabel Gallotti, da 4ª
Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), extinguiu nesta terça-feira
uma medida cautelar pedida pela Ympactus Comercial Ltda, responsável
pela TelexFree, que é investigada por indícios de formação de pirâmide
financeira. A Justiça Estadual do Acre suspendeu na semana passada os
pagamentos e as novas adesões ao negócio, que oferece para seus sócios
uma percentagem de vendas de produtos anunciados pelo sócio em sites
gratuitos de propaganda.
Os advogados da empresa
levaram o caso ao STJ na tentativa de derrubar a liminar da Justiça do
Acre, que impede a atividade da TelexFree sob pena de R$ 100 mil a
título de multa por nova adesão. Para a relatora, ainda falta esgotar a
instância judicial local para que o STJ possa avaliar qualquer medida
urgente relativa ao caso, segundo informou o STJ.
A
empresa alega que a atividade não é "pirâmide financeira", mas sim
marketing de rede, fato que o STJ não pode avaliar neste momento do
processo porque envolve análise de circunstâncias factuais. O esquema de
pirâmide é caracterizado quando o organizador da empresa remunera seus
antigos sócios com taxas de adesão cobradas dos novos sócios, e não com o
lucro do empreendimento.
De acordo com a medida
cautelar pedida pela empresa, a TelexFree atua desde 2012 e tem alto
grau de satisfação entre usuários e divulgadores. Para a empresa, a ação
civil pública movida pelo Ministério Público do Acre seria com base em
"ocorrências isoladas" registradas no Procon local. A medida cautelar
impediria "grave dano", como a quebra da empresa.
Segundo
o Ministério da Justiça, a empresa estaria ofendendo os princípios
básicos do Código de Defesa do Consumidor, como o dever de transparência
e boa-fé nas relações de consumo, além de veiculação de publicidade
enganosa e abusiva. Caso seja confirmada a violação aos direitos e
garantias previstos no Código de Defesa do Consumidor, a empresa poderá
ser multada em cerca de R$ 6 milhões. Informações do Portal Terra.
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