Os tripulantes do Greenpeace indiciados por pirataria
por terem participado de um protesto contra a exploração de petróleo no
Ártico estão vivendo em "condições desumanas" na prisão e são
transportados entre centros prisionais russos como "galinhas de uma
granja ruim", afirmou um advogado esta segunda-feira. Na semana passada,
autoridades russas indiciaram por pirataria os 30 tripulantes do navio
Artic Sunrise, da ONG, entre eles, a bióloga brasileira Ana Paula
Maciel, provocando uma onda de protestos em várias partes do mundo.
Os ativistas de 18 nacionalidades diferentes cumprem
prisão preventiva de dois meses entre as cidades de Murmansk e Apatity,
cerca de 2 mil quilômetros ao norte de Moscou e acima do círculo Ártico.
O advogado do Greenpeace Sergei Golubok afirmou durante
entrevista coletiva hoje que muitos ativistas não tiveram acesso a água
potável ou estão passando fome porque não conseguiram comer a comida das
prisões. "Sua situação na prisão não pode ser chamada de outra coisa
senão de desumana", afirmou a jornalistas Golubok, falando por
videoconferência de Murmansk.
Os ativistas detidos em Apatity têm que fazer longas
viagens em frias vans prisionais para as audiências em Murmansk,
acrescentou. "Ali as pessoas são confinadas como galinhas de uma granja
ruim", afirmou. "Ninguém recebe cuidados de saúde adequados", continuou,
destacando que alguns ativistas não querem a comida da prisão por
questões éticas e religiosas.
Os ativistas também se queixaram da vigilância constante
de suas celas por câmeras de vídeo instaladas inclusive no banheiro,
acrescentou. Centros de prisão preventiva, que são chamados na Rússia de
Isoladores de Investigação (Sizo), não são muito diferentes das prisões
comuns, conhecidas por condições degradantes e abusos.
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