Alba
Cristina conta que o convite surgiu depois de Badogue assistir a um
vídeo na internet do grupo cultural paulista Macaia, onde ela canta uma
música em homenagem ao orixá ogum. O projeto reúne composições autorais e
cânticos entoados nos terreiros de camdomblé, umbanda, além de músicas
do folclore brasileiro. “É um trabalho diferenciado, porque eles fazem
um som usando instrumentos de corda e bateria”, diz a atriz.
A
canção que marca sua primeira incursão no mundo da música é de autoria
do compositor Carlos Pachiga, um dos componentes do Grupo Macaia. “Fui
apresentada ao grupo pelo baterista Marcos Ferr, que me convidou para
fazer uma participação na produção do CD, gravado no estúdio Caipira
Urbano, do Zé Márcio, que toca viola no disco, ao lado do próprio
Pachiga (violão) e Claudio Lopes (baixo)” relata.
Alba
Cristina despontou na cena artística grapiúna na década de 1980, quando
a região viu brilhar uma das mais talentosas gerações da sua história
cultural. Iniciou a carreira no teatro ao lado do ator, diretor e
dançarino, Jailton Alves, migrando depois para os grupos dos atores e
diretores Aldo Bastos, José Delmo e do lendário diretor, ator e
coreógrafo Mário Gusmão, que criou e dirigiu do grupo Em Cena, formado
por ela, Carlos Betão, Marcos Cristiano, Jackson Costa, Marcelo Augusto e
Mark Wilson.
Cinema - Com
a partida de Mário Gusmão, o grupo se desfez, e Alba Cristina investiu
nas oficinas de arte e cultura, passando com elas pela Universidade
Estadual de Santa Cruz e outros importantes espaços de fomento ao
conhecimento em todo o sul da Bahia. Nos anos seguintes, atuou no
cinema, em trabalhos como ‘Palavra e Utopia’, do consagrado cineasta
europeu Manuel de Oliveira e agora no premiado ‘Coleção Invisível’,
dirigido por Bernard Attal, que ganhou o Festival de Gramado 2013 e foi
destaque na edição deste ano da Feira do Livro de Frankfurt.
Trinta
anos de resistência artística e vivência religiosa – primeiro como
filha do Ilê Axé Iêjexá Orixá Olofun e agora como ialorixá do Terreiro
Odé Aladé Ijexá – deram a Alba Cristina assento permanente entre os
grandes nomes da cultura do sul da Bahia. Seu trabalho está registrado
também na produção de inúmeras peças publicitárias da região e outras
partes da Bahia, Itália, Áustria e Argentina e no trabalho do Grupo de
Teatro da Escola Agrícola de Ilhéus, que coordenou durante anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário