Com o apoio dos brasileiros David Luiz, Ramires e Oscar,
que atuam no futebol inglês e na Seleção Brasileira, entidades de
proteção aos direitos das crianças lançaram uma campanha no Reino Unido
para combater a prostituição infantil durante a Copa do Mundo no Brasil.
O objetivo é alertar turistas britânicos sobre o risco de pagar
inadvertidamente por sexo com menores de 17 anos, o que é considerado
crime segundo as leis brasileiras.
A campanha, batizada de It’s a penalty ("É crime", em
tradução livre), foi criada pelas instituições The Jubilee Campaign, A21
campaign e Happy Child International, esta última sediada em Belo
Horizonte. Além dos jogadores brasileiros, também apoiam a iniciativa os
comentaristas esportivos e ex-jogadores da seleção inglesa Gary Lineker
e Alan Shearer, o atual técnico da seleção inglesa Roy Hodgson, o
jogador português aposentado Paulo Ferreira, entre outros.
Juntos, eles estrelam um filme promocional da campanha (veja aqui),
que será veiculado em voos da companhia britânica British Airways
partindo do Reino Unido com destino ao Brasil durante a Copa do Mundo.
Pelo menos 5 mil britânicos devem viajar ao Brasil para
assistir ao Mundial. No total, 600 mil turistas internacionais são
esperados para o evento, segundo estimativas oficiais. "Tendo trabalhado
com meninos de rua no Brasil desde 1991, estou muito agradecida por
todo o apoio que conseguimos levantar para esta importante campanha. Se
nos unirmos contra este crime horrível, centenas de vidas das crianças
serão salvas desse efeito catastrófico da exploração sexual", afirmou,
em nota, Sarah de Carvalho, CEO da Happy Child International.
No ano passado, o Comando de Exploração das Crianças e
de Proteção Online (CEOP) da Agência Nacional de Crimes do Reino Unido
já havia alertado, em seu relatório anual, que o fluxo elevado de
turistas durante a Copa poderia aumentar o mercado de prostituição
infantil no Brasil.
"A maioria dos torcedores que viajará ao Brasil durante
as finais da Copa ficaria horrorizado com o pensamento de causar mal a
crianças brasileiras. No entanto, nós sabemos que há riscos
significativos para as crianças antes, durante e depois desses eventos
esportivos de grande magnitude e algumas pessoas explorarão as crianças
por dinheiro", diz, no mesmo comunicado, Johnny Gwynne, diretor do CEOP.
"Crianças brasileiras são submetidas a abusos no mercado
de prostituição e talvez mudem a aparência para parecer mais velhas.
Não ache que porque elas se aproximam de você isso significa que elas
estão consentindo com a relação sexual e você não será responsável
criminalmente. Elas são crianças, e elas são ameaçadas e intimidadas por
pessoas inescrupulosas que querem ganhar dinheiro com isso", alerta
Gwyne aos turistas britânicos.
"A lei não vai se importar se você não sabia que a
pessoa com quem você praticou sexo é menor de idade. Você corre risco de
ser detido e preso no Brasil ou em seu retorno ao Reino Unido. Se você
estiver em dúvida, não vá em frente", acrescentou.

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